A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) foi transformada em departamento da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura. O decreto foi publicado no Diário Oficial no dia 1º de abril e, diante da medida, alguns produtores de cacau no sul da Bahia se mostraram preocupados com as mudanças que devem ocorrer no setor.
Criada há quase 60 anos, a Ceplac está em seis estados do Brasil. Na Bahia, são cerca de 1.300 funcionários trabalhando nos setores de pesquisa, tecnologia, produção e desenvolvimento. Cerca de 60% das atividades da Ceplac na Bahia estão voltadas ao cacau e à cacauicultura. Com a mudança, segundo os produtores, muitas dúvidas surgiram sobre o futuro e a atuação da Ceplac.
Em Ilhéus, o presidente do Instituo Pensar Cacau, Águido Muniz, disse que o modelo atual da Ceplac precisava ser repensado. Entretanto, lamenta o que chama de "perda de autonomia do órgão". "Nos surpreendeu esse decreto. Acho que a Ceplac vai perder orçamento, vai perder autonomia. Então, a gente tem que entender isso aí e ver como a classe produtora vai se posicionar", acredita Muniz.
Para o presidente do Instituto Cabruca, entidade que atua desde 2007 em Ilhéus, a mudança não deve trazer grande impacto para a região. Ele acredita que a presença da Ceplac – no modelo atual – tenha criado uma zona de conforto para o cacaicultor, que agora terá que reagir.
"A Ceplac foi um modelo institucional que, de certa forma, deixou o cacauicultor numa zona de conforto. Ele precisava cuidar da porteira para dentro, vamos dizer assim", diz Durval Libânio, presidente do instituto.
A assessoria de comunicação da Ceplac informou que ainda não recebeu orientações do Ministério da Agricultura e que ainda não sabe quais implicações devem ocorrer com a mudança.
G1