Pesquisadores da Ceplac acabam de confirmar a ocorrência da doença resinose do coqueiro em plantações do litoral sul da Bahia, entre os municípios de Valença e Teixeira de Freitas. Em trabalho cientifico, o engenheiro florestal José Inácio Lacerda Moura e os fitopatologistas Stela Dalva Vieira e José Luiz Bezerra afirmam que, embora a doença esteja presente nos coqueirais há dez anos, tem-se observado que coqueiros anões e gigantes são suscetíveis à enfermidade, o que pode acarretar danos econômicos.
“A resinose já foi observada em coqueirais desde Una a Caraívas, Porto Seguro, principalmente em plantios situados em Tabuleiros Costeiros, onde há predominância de solos de baixa fertilidade. Todavia, em virtude do fungo estar quase sempre associado ao ataque do Rhinostomus barbirostris, julga-se que o estado debilitado da planta era exclusivo do ataque deste inseto”, escrevem os pesquisadores, informando que na Bahia se dá o contrário do estado de Sergipe, onde a disseminação da doença parece estar associada ao Rhynochophorus palmarum.
Segundo José Inácio Moura, a doença é provocada por um fungo e não por um besouro como se imaginava até bem pouco tempo. “O fungo entope os vasos condutores de seiva da planta, causa sérias injúrias, debilitando-a. Por não ter a planta condições de se nutrir, vai morrendo aos poucos. Nesse intervalo de ataque do fungo atrai o besouro que coloca os ovos no tronco do coqueiro e começa a comer a parte interna dos vasos. Após alguns meses há caimento das folhas inferiores do coqueiro, que ficam arriadas e a planta fica praticamente morta”, explicou.
A justificação cientifica está na atratividade dos insetos por uma substância liberada pelo coqueiral infectado. Para facilitar a compreensão, os pesquisadores estabeleceram quatro níveis de danos para facilitar o manejo de controle do inseto ou da doença. No nível um, o tronco apresenta cor marrom, com uma resina sendo liberada; a parte superior fica muito estreita, as folhas pequenas, a copa achatada e as palhas arriadas. Em alguns casos, as raízes sobem e rompem a casca. Primeira coisa a fazer: verificar a coloração do tronco, a existência de ovos do inseto e se há serragem, para que seja aplicada pulverização.
No nível dois, o coqueiro com sintoma de resinose, mas com bom aspecto vegetativo, tem boa produtividade de frutos e boa distribuição de folhas, enquanto no nível três é quase idêntico ao estágio anterior, mas apresenta ovos do inseto Rhinostomus barbirostris. No último nível, o coqueiro tem as folhas mais velhas penduradas, o tronco com grande número de ovos eclodidos e pedaços de resina. “Coqueiros quando apresentam este nível de dano, já estão com os vasos condutores de seiva destruídos pelas larvas e, em alguns casos, podem também estar contaminados pela doença do anel-vermelho”, diz o estudo.
Como medidas de controle, os pesquisadores da Ceplac ressaltam que por enquanto só existem nos estágios dois e três, mas carecem de experimentação. O controle da doença está sendo objeto de pesquisas conduzidas pela Embrapa – Tabuleiros Costeiros (CPATC). Como controle preventivo recomendam o monitoramento de plantios e a pulverização com inseticidas entre as palhas e o tronco do coqueiro para eliminar insetos adultos, nos níveis dois e três de infecção. A adoção de controles requer a participação de agrônomos para a aplicação de receituário.
Assessoria de Comunicação da Ceplac