A recuperação eventual do setor de lácteos no Brasil está intimamente vinculada à melhoria do poder aquisitivo da população e isto se dá pela conjugação de dois fatores principais: crescimento econômico e queda de inflação. A avaliação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) Alberto Figueiredo, que dá consequência à sua análise sobre a situação do segmento no País.
Como as perspectivas da maioria dos analistas apontam para um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3% e uma inflação passando de 6,5%, “o cenário para a pecuária do leite em 2016 é, por enquanto, desanimador”, comenta Figueiredo. Ele também representa a SNA na Câmara Setorial do Leite e Derivados, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Ele também avalia o mau aproveitamento das pastagens, por parte do setor pecuário nacional, como parte responsável para o momento delicado. De acordo com recente estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), latifúndios com grandes benfeitorias, baixo aproveitamento das áreas, animais grandes e robustos com baixa produtividade são parte de um cenário em desuso das propriedades rurais destinadas, principalmente, à pecuária.
“Há uma predominância no sistema produtivo brasileiro, do processo ‘patrimonialista’ de produção, isto é, costuma dar mais importância à quantidade que à qualidade. Este sistema se baseia na teoria do gasto mínimo. Assim, pela ausência de investimentos na melhoria da qualidade das pastagens, a natureza responde oferecendo menos quantidade de alimentos para os animais. Por isto, são necessários maiores extensões de áreas para manutenção dos animais.”
SNA – Sociedade Nacional de Agricultura