Cargill produz chocolate no Brasil

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A americana Cargill, a maior processadora de cacau na América Latina, decidiu incrementar suas operações no Brasil, seguindo a mesma estrutura de negócios que já adota nos Estados Unidos e na Europa há pelo menos 25 anos. Há poucos dias, a empresa iniciou a produção de chocolates e achocolatados na fábrica instalada recentemente em Porto Ferreira (SP), onde já mantém a unidade de negócios de amidos e adoçantes.


 


Tecnicamente, só é considerado chocolate o produto que contenha manteiga de cacau e massa de cacau (líquor). Os achocolatados, também conhecidos no mercado como “compounds”, são produzidos com outra gordura vegetal e pó de cacau – o que dá gosto e aparência similares ao chocolate. “Os compounds são um pouco mais baratos e são utilizados principalmente pelas indústrias de panificação”, afirma Saskia Korink, diretora da unidade de negócio Cacau e Chocolate da Cargill.


 


A nova unidade produzirá principalmente achocolatados e, em menor escala, chocolate. Os produtos serão vendidos diretamente a indústrias de alimentos em baldes, barras de 2 quilos, pedaços (em sacos de 25 quilos) e gotas.


As matérias-primas (manteiga, massa e pó de cacau) serão fornecidas pela fábrica que a Cargill mantém em Ilhéus (BA) e que processa 80 mil toneladas de cacau por ano. O transporte de uma unidade à outra será feito por rodovias.


 


“Porto Ferreira foi escolhido pela proximidade com a unidade de amidos e adoçantes e por estar em uma região de produção de açúcar, outros ingredientes utilizados na fábrica”, observou Saskia. A proximidade com as indústrias de alimentos (principais clientes) também foi considerada.


 


A unidade recebeu investimento de aproximadamente US$ 5 milhões e tem capacidade para processar 10 mil toneladas de produtos por ano. No primeiro ano de atividades, a Cargill prevê utilizar até 30% dessa capacidade. “Quanto mais conseguirmos produzir, melhor, mas 30% é um número muito bom”, diz Saskia. De acordo com a executiva, a fábrica já fez as primeiras entregas nesta semana.


 


“A primeira meta era colocar a fábrica em operação até o fim do ano, porque é nesse período que as indústrias de chocolates e panificadoras iniciam as encomendas para produzir os itens de Páscoa e a meta foi cumprida”, comemora.


 


Toda a produção será comercializada sob a marca Cargill – a mesma adotada para os processados de cacau – e vendida exclusivamente para indústrias que atuam no mercado brasileiro.


 


“Não é nosso interesse entrar no varejo, nem concorrer com nossos clientes. A idéia é levar às indústrias de alimentos um produto pronto, em vez de comprar os ingredientes para processa-los”, afirma Saskia. Segundo a diretora, futuramente a unidade também poderá fornecer itens para indústrias que atuam nos países vizinhos.


 


De acordo com pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o mercado brasileiro de chocolates registra em 2007 um dos melhores desempenhos de sua história. A produção é estimada em 304 mil toneladas, 22,5% mais que no ano passado. A receita é projetada em R$ 33%, para R$ 3,6 bilhões.


 


Valor Econômico


 


 

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