Campo terá novo superávit recorde

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Diante da alta dos preços das commodities e da demanda elevada no mercado internacional, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, acredita que o setor agrícola brasileiro deverá apresentar este ano um novo recorde no saldo comercial, mesmo com a depreciação do dólar ante o real. Ele prevê superávit de US$ 60 bilhões para 2008, cerca de US$ 10 bilhões mais que a cifra inédita de US$ 49,7 bilhões obtida no ano passado.


Grande parte da contribuição virá, segundo acredita o ministro, das exportações de carne – principalmente de frango – que, pela primeira vez, deverão ultrapassar os embarques de soja. “As vendas da soja continuarão em alta, mas o ritmo de crescimento da carne, sobretudo a de frango, que deve superar a bovina nas exportações, deverá será maior”, estima Stephanes, por conta do aumento da população mundial.


“Tanto a renda quanto o consumo mundial de carne estão crescendo muito, principalmente a demanda por carne de frango que tem um ciclo de resposta rápido”, justificou o ministro.


O secretário de Relações Internacionais do ministério, Célio Porto, acredita que, se não fossem os embargos à carne brasileira por conta de focos de febre aftosa, em 2005, os embarques já teriam ultrapassado os da soja desde o ano passado. O ministro acrescentou que o governo tem feito sérios esforços para retirar restrições ainda existentes, sobretudo da União Européia. O governo também está tentando abrir novos mercados, como os Estados Unidos, para a carne suína.


O forte saldo comercial da agricultura em 2007, segundo Stephanes, representa a força do campo na economia brasileira. O superávit agrícola ficou quase US$ 10 bilhões maior do que o saldo obtido em toda a balança comercial do Brasil, de US$ 40 bilhões, incluindo todos os setores. “O setor rural é quem cobre o déficit dos outros setores na balança comercial”, complementou o ministro.


Os preços das commodities agrícolas, que tendem a continuar em alta este ano, deverão ser os responsáveis pelo forte saldo da balança comercial do setor agrícola em 2008, segundo Stephanes. O ministro acredita ainda que grande parte do impacto do aumento dos preços das commodities ocorrido no decorrer de 2007 deve surtir efeito no mercado só este ano, já que as cotações começaram a subir a partir de agosto e alguns produtores guardaram suas mercadorias na espera de um cenário ainda melhor.


De acordo com o ministro, os preços médios das commodities em 2007 oscilaram entre 20% e 40%. “Uma parte do reajuste ocorreu para compensar a queda do dólar e, outra parte, foi pela alta da demanda”, disse. Já o volume embarcado, segundo ele, deve ser parecido com o do ano passado, pois o crescimento previsto para a produção de grãos é de apenas 3%.


Gazeta Mercantil

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