Representantes do setor cafeeiro cobraram ontem, do Governo Federal, durante a International Coffee Meeting (FestCafé), a recomposição dos estoques nacionais, que hoje contabilizam apenas 1,5 milhão de sacas. Segundo Carlos Paulino da Costa, presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupe-MG), o ideal seria que os estoques ficassem na casa das 6 milhões de sacas.
Para Paulino, nos próximos anos, com a baixa dos estoques, o consumidor brasileiro sentirá as distorções entre a oferta e a demanda. “O preço no mercado interno vai subir, porque não há estoque regulador.”
No cenário atual, o produto rende aos países produtores só 8% de todo o dinheiro movimentado mundialmente. Os 92% ficam com o resto da cadeia produtiva.
Essa situação, segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes de Abreu, vem fazendo com que a dívida do setor continue crescendo, pois o preço do produto não consegue acompanhar o preço dos insumos. “O produtor continua no segmento porque é teimoso. O governo precisa definir sua política de subsídio, pois é melhor do que ficar renegociando dívida. Afinal, a cafeicultura é subsidiada no mundo inteiro”, garante.
DCI