Áreas de instabilidade de grandes proporções se formaram sobre o Sudeste, permanecendo estacionárias sobre o Estado de São Paulo durante toda a semana e provocando chuvas contínuas. Por causa da frente, a temperatura baixou, oscilando entre a máxima de 30 graus em Ilha Solteira e a mínima de 17,6 graus em São Carlos.
A precipitação acumulada superou a demanda hídrica das culturas em todo o Estado, com volumes acima de 70 milímetros em Votuporanga, Presidente Prudente, Jaboticabal e Barretos, chegando a 117 milímetros em Franca. Com isso, a umidade do solo atingiu o nível máximo de armazenamento em todas as regiões, com excedente hídrico elevado e efeito sobre as áreas em declive e sem cobertura vegetal.
O excedente hídrico também prejudica as estradas rurais e dificulta o escoamento da produção, especialmente para produtores de leite e hortaliças, que precisam fazer entregas diariamente. O excesso de umidade do solo também impede a entrada das máquinas nos campos, sob pena de causar compactação dos solos.
As condições do tempo não foram favoráveis à colheita da goiaba em Valinhos e Campinas; do abacate em Jardinópolis; da uva em Indaiatuba, Jundiaí e Vinhedo; da lichia em Tupã e Bastos; de manga em Monte Alto; do pêssego em Avaré. A chuva também dificultou a extração do látex no noroeste do Estado.
O excesso de umidade também não permitiu o preparo do solo para a semeadura do milho safrinha no Estado, onde o zoneamento agrícola recomenda a instalação da cultura até o fim de fevereiro em boa parte das regiões.
DOENÇAS FÚNGICAS
As condições de temperatura e umidade beneficiam as lavouras de milho, soja, amendoim, girassol e sorgo, mas também favorecem a ocorrência de doenças fúngicas.
Nos cafezais, além das diversas floradas – com grãos em diferentes estágios de maturação – e dos efeitos do calor associados à estiagem na primavera, o tempo também favorece a ocorrência de doenças, especialmente da ferrugem. O monitoramento e o controle precoce ajudam a reduzir as perdas. Nas pastagens e canaviais, a boa regularidade das chuvas desde o início do verão assegura o acúmulo de biomassa. Mas há três semanas a nebulosidade intensa tem mantido as taxas de crescimento aquém do potencial dessas espécies.
O Estado de São Paulo