Maior exportador mundial de carne de aves e suínos do mundo, com projeção de vendas de US$ 6,5 bilhões, o Brasil pode perder posição para concorrentes no exterior por causa de falta de milho. De acordo com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), os produtores estão pagando caro pelo grão, utilizado como ração e responde por 75% da alimentação dos animais, 50% da ração é feita a partir do tipo milhão, grão que pode faltar no mercado interno nos próximos meses.
De acordo com entidades do setor, seriam necessárias 6,7 milhões de toneladas de milho de estoque para o período de janeiro e fevereiro, ocorre que pelas contas apresentadas por eles ao governo, haveria um déficit de 2 milhões de toneladas para atender a demanda dos produtores.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini, disse ontem que é consenso entre as entidades representativas do setor que o governo brasileiro deve liberar as importações de milho, sendo ele transgênico ou não, para assegurar que o país não perca sua posição de liderança nas exportações.
Ele ainda alerta que o setor teme essa falta de controle dos estoques. Valentini acrescentou que a eventual liberação das compras do grão no mercado externo, poderão significar redução dos preços domésticos, o que possibilitaria uma avaliação real da produção nacional de milho.
“Defendemos a liberação das importações de milho porque tememos que não haja grão suficiente para atender a demanda mensal de 2,350 milhões de toneladas para alimentar os plantéis nacionais”, afirmou.
No entanto, Valentini não quis afirmar que não haverá milho disponível no mercado. Para ele, dentro de um cenário de estoques baixos e exportações do grão em expansão, o mercado interno deve ser prejudicado ou pela falta do produto e ou pelos preços abusivos que serão cobrados. Os criadores destacaram que na ponta do lápis, hoje o produtor brasileiro de carnes está pagando o dobro pelo mesmo milho comprado pelos produtores norte-americanos que são os principais concorrentes do Brasil no mercado internacional.
Gazeta Mercantil