De acordo com a primeira estimativa da safra 2016 de café (espécies arábica e conilon), a produção brasileira deverá ficar entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Se considerada a média de produção (50,5 milhões de sacas por ano agrícola), esta pode ser a segunda maior safra da história, ficando atrás apenas da safra de 2012, que foi de 50,8 milhões.
A previsão indica um acréscimo de 13,6% a 20,1% em relação à produção de 43,24 milhões de sacas obtidas em 2015. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Este é um ano de alta bienalidade para o café. A característica dessa cultura faz com que a planta obtenha melhores rendimentos em anos alternados, especialmente o café arábica, e independe de tratamento do solo ou de outras ações tecnológicas.
Assim, esta primeira estimativa aponta um crescimento de 17,8% a 24,4% na produção de arábica, que abrange 76,5% do total de café produzido no País. Estima-se que sejam colhidas entre 37,74 e 39,87 milhões de sacas. O resultado deve-se principalmente ao aumento de 67,6 mil hectares da área em produção, à incorporação de novas áreas que se encontravam em formação e renovação e às condições climáticas mais favoráveis.
Já a produção do conilon, que representa 23,2% do total, é estimada entre 11,39 e 12,08 milhões de sacas, representando um crescimento entre 1,8 e 8% em relação à safra 2015. Esse resultado deve-se, sobretudo, à recuperação da produtividade nos estados do Espírito Santo, Bahia e em Rondônia, bem como ao maior uso de tecnologias.
Área
A área total plantada no país com café chegou a 2,25 milhões de hectares, praticamente a mesma cultivada em 2015. Desse total, 271 mil hectares (12,1%) estão em formação e 1,98 milhão hectares (87,9%) em produção.
A área plantada do café arábica soma 1,78 milhão de hectares, o que corresponde a 79,2% da área existente com lavouras de café. Para a nova safra, estima-se um crescimento de 0,8% (13,4 mil hectares). Minas Gerais concentra a maior área com a espécie (1,2 milhão hectares), correspondendo a 67,8% da área ocupada com café arábica, em nível nacional.
Para o café conilon o levantamento indica redução de 2,9% na área estimada em 468,2 mil hectares. Desse total, 430 mil hectares estão em produção e 38,1 mil hectares em formação. No estado do Espírito Santo está a maior área, 286,4 mil hectares, seguido de Rondônia, com 94,6 mil hectares e, logo após, a Bahia, com 48,6 mil hectares.
Produtividade
Quanto à produtividade total, a estimativa situa-se entre 24,84 e 26,27 sacas por hectares, equivalendo a um ganho de 10,4% a 16,8%, em relação à safra passada. Com exceção de Paraná, Rondônia e região da Zona da Mata mineira, todos os demais estados apresentam crescimento de produtividade.
Os motivos são as condições climáticas mais favoráveis nas principais regiões produtoras de arábica, aliadas ao ciclo de bienalidade positiva. Os maiores ganhos são observados na região do Triângulo Mineiro, em São Paulo e no sul/centro-oeste mineiro.
Conab