Levantamento do Rabobank, instituição especializada em agronegócio, mostra que o Brasil saltou de uma participação de 11% no mercado mundial desses produtos, na safra 2010/11, para 15% em 2015/16, conforme dados ainda provisórios.
O Brasil saiu de exportações de 58 milhões de toneladas, há cinco anos, para os atuais 104 milhões.
Nesse mesmo período, os líderes mundiais, os Estados Unidos, recuaram de 142 milhões para 133 milhões de toneladas.
A participação brasileira no mercado internacional foi favorecida não só pela elevação de produção como pela desvalorização do real, o que tornou o produto brasileiro mais competitivo.
Já os exportadores dos Estados Unidos tiveram de conviver com um dólar forte e consequente perda de competitividade.
Em algumas safras, como a de 2012/13, as exportações dos norte-americanos foram ao fundo do poço, caindo para apenas 101 milhões de toneladas, devido à forte seca ocorrida no Meio-Oeste do país, a principal região produtora de grãos.
A participação brasileira teve pelo menos dois destaques nesse período. O país assumiu a liderança mundial nas exportações de soja e entrou de vez no mercado mundial de milho, com exportações recordes do cereal –próximas de 30 milhões de toneladas em 2015.
O mercado mundial de grãos e de óleos cresceu 148 milhões de toneladas no período, atingindo 678 milhões na safra 2015/16.
Apesar desse crescimento em volume, o giro financeiro caiu 15% no período, para US$ 200 bilhões em 2014/15. Essa redução se deve à retração dos preços internacionais das commodities.
A Ásia foi a grande compradora. Os números do Rabobank indicam que 43% do volume importado foi feito pelos países asiáticos. Já a União Europeia ficou com 12% desse volume.
A China foi o grande mercado para os países produtores e exportadores. O país asiático elevou em 72% as importações de alimentos nos últimos cinco anos.
Dados do Rabobank apontam compras de 119 milhões de toneladas nesta safra, ante 69 milhões em 2010/11.
A participação mundial dos chineses na compra de grãos e óleos saiu de 13% em 2010/11, para os atuais 18%.
O mercado mundial de grãos e de óleos vai continuar aquecido. O Brasil vai ganhar espaço nessa corrida, encurtando a margem de 28% que os Estados Unidos têm atualmente de vantagem sobre o país.
Folha de São Paulo