Biodiesel atrai interesse estrangeiro

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O potencial do mercado de biodiesel tem atraído a atenção de investidores estrangeiros. A estimativa do setor é de que até o final de 2008 – quando a adição ao diesel será obrigatória – os aportes estrangeiros na produção do biocombustível supere a casa de R$ 1 bilhão.


 


Mas, diferentemente do setor sucroalcooleiro – que também tem recebido fortes investimentos de grupos estrangeiros -, o capital internacional está sendo injetado na indústria e não na área agrícola.

Atualmente, a Brasil Ecodiesel, maior usina do País, é controlada pela norte-americana Eco Green Solutions, que detém mais de 35% de seu capital. O único sócio da Eco Green é um fundo chamado BT Global, gerido pelo Deutsche Bank. No total, cerca de 60% das ações da Brasil Ecodiesel estão nas mãos de investidores estrangeiros.

Com seis usinas em operação, a empresa possui capacidade instalada para produzir mais de 450 milhões de litros de biodiesel por ano e deve elevar esse volume com a instalação de uma nova unidade, com capacidade de produzir 120 milhões de litros ao ano.

Outra usina que tem participação estrangeira é a Bionasa, com sede em Porangatu (GO). O controle acionário pertence ao fundo de investimento inglês Trading Emissions PLC (TEP), que investiu R$ 125 milhões no negócio, que tem como parceiro a Jaraguá Participações, cujos sócios são proprietários das empresas Menendez & Amerino (charutaria) e Stevia (adoçantes).

No total, o complexo da Bionasa receberá R$ 256 milhões, sendo R$ 131 milhões na primeira etapa, que prevê a produção de biodiesel a partir de produtos vegetais – girassol, soja e pinhão-manso – e sebo animal.

A produção da fábrica gira em torno de 200 mil toneladas de biodiesel por ano. Em 2010, com a ampliação do complexo, a capacidade de produção será de 400 mil toneladas ao ano. Além do combustível, a unidade também fabricará glicerina, que representará 12% da produção.

Benefuel

Os aportes estrangeiros também acontecem na área de tecnologia e indústria de base, como é o caso da norte-americana Benefuel.

A empresa está no Brasil em busca de oportunidades de negócios, seja para investir seja para conquistar clientes que queiram comprar suas instalações com tecnologia avançada. “A empresa detém um processo de produção que garante um maior aproveitamento da matéria-prima e não utiliza água na área industrial”, segundo William Summers, cientista-chefe da Benefuel.

Com sede em San Francisco, nos Estados Unidos, a Benefuel atua nos mercados do Canadá e da União Européia.

A empresa informou que o biodiesel tem um grande potencial no mundo todo, mas que o Brasil possui as maiores áreas destinadas à produção de matéria-prima. A indústria mundial de biodiesel é a que mais cresce entre a indústria química, cerca de 32% ao ano e deve crescer mais de 100% quando vigorar a obrigatoriedade da adição do biocombustível ao diesel.

Distribuição

Apesar do potencial, o setor esbarra no problema de distribuição, que praticamente inexiste.

Segundo as empresas, as distribuidoras estão se adaptando ao novo produto e só devem firmar contratos com as usinas quando a mistura obrigatória entrar em vigor.

No momento, apenas as usinas que entraram nos leilões de compra promovidos pela Petrobras conseguiram vender parte de sua produção, como a Brasil Ecodiesel e a Ponte di Ferro.

Usinas como a Bioverde e Bionasa ainda não têm contrato de compra com nenhuma distribuidora e têm sido procuradas por empresas estrangeiras, principalmente da União Européia, interessadas em adquirir o biodiesel brasileiro.

Vale lembrar que a Petrobras, maior distribuidora de diesel do País e que demandará maior volume de biodiesel, está investindo mais de R$ 220 milhões em três usinas com capacidade instalada para produzir 171 milhões de litros de biodiesel por ano.

A estatal utilizará produtos da agricultura familiar, gordura animal e resíduos industriais para produzir o biocombustível.


 


 


 


DCI

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