Biodiesel alavanca venda de máquinas agrícolas

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A produção de biodiesel combinada com preços em alta no mercado internacional para as principais commodities brasileiras está aquecendo o setor de máquinas agrícolas, que vinha de uma forte crise nos últimos anos. No primeiro semestre as fábricas nacionais produziram 30% a mais que no mesmo período de 2006 e a expectativa é fechar o ano com um crescimento ainda maior. A perspectiva de uma boa safra também ajuda a injetar otimismo nos fabricantes. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve colher 131,15 milhões de toneladas de grãos, 7% a mais que em 2006.
“Os preços estão bons e com o biodiesel temos um cliente a mais”, diz o presidente do Sindicato de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier. O Estado concentra 60% da produção nacional.
De acordo com ele, produtores de cana, milho, soja e outras culturas que podem dar origem ao combustível ecologicamente correto estão investindo em equipamentos para aumentar a produção e garantir um lugar no mercado, que deve ter grande expansão a partir de 2008. Segundo Bier, o resultado só não é melhor devido à queda do dólar, que aumenta a concorrência com as máquinas importadas.
Nos últimos três anos o setor de máquinas e implementos agrícolas amargou resultados negativos. Em todos os segmentos a queda foi de pelo menos 20%, mas em alguns casos, como o das colheitadeiras, a retração chegou a 70%. A New Holland, que fabrica tratores e colheitadeiras em Curitiba (PR), sentiu essa queda. “É um setor que depende muito de efeitos externos”, diz o diretor comercial da empresa, Luiz Feijó.
A repórter viajou a convite da Gerdau.

Depois da crise, setor volta a contratar

O setor de máquinas agrícolas, que cortou 50% dos postos de trabalho desde 2004, já começa a recontratar. A New Holland, por exemplo, abriu 540 vagas nos seis primeiros meses deste ano. O setor com retomada mais rápida foi o de tratores, atingido por uma retração de 30%. Segundo o diretor comercial da empresa, Luiz Feijó, porque é um tipo de equipamento que permite maiores inovações e atuação em nichos de mercado. Como exemplo, o diretor comercial da empresa, Luiz Feijó, cita o trator TT388OF, que venceu o prêmio “Melhores da Terra”, da Gerdau, na categoria Novidade.

Lançado em maio, o equipamento tem dimensões reduzidas e pode ser usado em plantações de café, uva e maçã, por exemplo, sem danificar a produção. Já foram vendidas cem unidades do produto, principalmente para Minas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O investimento em produtos inovadores é uma forma ficar menos sensível a futuras crises no setor. A Valtra, que fabrica tratores no interior de São Paulo, lançou há cerca de dois meses dois novos tratores que têm nova plataforma e design, que garantem mais conforto, segurança e consumo menor.


 


 


O Tempo

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