Biocombustível eleva preço dos grãos

0

 


O aquecimento da economia mundial – que aumentou a demanda por alimentos – e a produção de biocombustíveis fizeram com que os grãos estivessem entre os produtos agrícolas que mais se valorizaram em 2007. E para este ano, as perspectivas são que eles continuem na liderança. No ano passado, o campeão foi o trigo, com alta de 75,79%, seguido pela soja, com 74,15%.


Além de ser puxado pelos outros grãos, o preço do trigo foi sustentado por uma produção menor que a demanda e pelos estoques mais baixos da história: 17,8%. Para 2008, o cenário é de oferta e demanda justa, mesmo com o prenúncio de uma safra grande: 640 milhões de toneladas. “Há dois anos a Austrália tem perda de metade de sua produção. Por isso, até a colheita da safra haverá muita novidade. Tudo indica que oferta e demanda permanecerão apertados e os preços, elevados”, avalia Élcio Bento, da Safras & Mercado.


Segunda colocada no ranking agrícola, a soja deve permanecer com preços elevados neste ano, assim como o milho, mas com volatilidade. De acordo com o analista Fábio Turquino Barros, da AgraFNP, a valorização ocorreu por causa da queda da área nos Estados Unidos – ocupada pelo milho para a produção de etanol. Ele explica que o milho só não subiu tanto porque houve problema de logística nos Estados Unidos, derrubando as cotações do etanol. “O ano será muito especulativo”, avalia Paulo Molinari, da Safras & Mercado.


A redução o estoque internacional e o aumento no consumo mundial também influenciaram as cotações internacionais do algodão. Segundo Benedito de Oliveira, da AgRural, como não haverá aumento de área mundial, a expectativa é que as cotações sigam em alta, mas não tanto como no ano passado.


Apesar de uma relativa estabilidade entre oferta e demanda, o cacau pegou carona na alta das commodities agrícolas e subiu em 2007 expressivos 22,9%. O analista Thomas Harttman, da TH Consultoria, avalia que os problemas nos mercados financeiros trouxeram muitos fundos de investimentos para as commodities. Além disso, segundo ele, houve um forte movimento especulativo, sustentado pelo fato de as indústrias chocolateiras estarem “mal compradas”.


O açúcar sofreu com a super produção da Índia, acumulando queda de 5,04% em 2007. Segundo a analista de gerenciamento de risco da FCSTone, Luciana Silveira, houve uma recuperação em dezembro com a entrada dos fundos e, por isso, a expectativa é que em 2008 a commodity se recupere.


 


Gazeta Mercantil

Compartilhar:

Deixar um Comentário