Avicultores e suinocultores podem pagar mais por milho

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Mais polêmica em torno da transgenia no Brasil. Mesmo tendo a CTNBio- Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovado a produção de milho e soja modificados geneticamente, os avicultores e produtores de milho podem sair prejudicados, por terem que pagar mais caro pelo produto.

Cerca de dois milhões de toneladas de milho transgênico estão estocadas, enquanto provavelmente o governo brasileiro vai liberar a importação de milho da Argentina. Conforme o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Norte de Minas, engenheiro agrônomo, Fernando Britto, falta poder de negociação do ministério da Agricultura e consequentemente da Conab- Companhia nacional de abastecimento com as ONG´s- Organizações não governamentais que insistem em ser contra a liberação dos alimentos transgênicos.

Segundo a CTNBio será emitido depois do dia 28, parecer técnico para a importação de 2 milhões de toneladas de milho transgênico para uso exclusivo em alimentação animal. A solicitação foi feita pelas entidades vinculadas ao setor de rações destinadas a aves e suínos. O pedido foi protocolado em 28 de novembro e, desde então, ficará 30 dias sob avaliação pública no site da CTNBio.

Os avicultores de Pernambuco são os mais prejudicados pela insegurança em relação aos estoques de milho no mercado interno.

Conforme noticiou o diretor o diretor da Céleres Consultoria, engenheiro agrônomo Leonardo Sologuren ao jornal Estado de Minas, a liberação da importação de milho da Argentina é a melhor decisão a curto prazo que o governo pode tomar no momento para reequilibrar o mercado.

– Os produtores estão sendo penalizados devido à antiga discussão sobre milho transgênico, que já deveria ter sido superada. Não tem sentido eles serem obrigados a pagar mais pelo milho do mercado interno, quando podem pagar menos pelo milho importado, diz.

Para Fernando há estudos da Embrapa Milho e Sorgo que comprovam que os transgênicos não causam nenhum malefício a humanidade e a decisão em embargar o milho só prova que falta habilidade do governo em levar o produto para outros mercados.

ALTA DO MILHO

A Avimig- associação dos Avicultores do Estado de Minas Gerais revela que o preço do milho dobrou nos últimos meses no Estado. O aumento impacta diretamente a produção de suínos e de aves que se alimentam do grão. A associação alerta, 70% da ração dada a esses animais são compostas pelo grão, cujo valor da saca saltou de R$ 16, em maio, para R$ 32, em novembro, e, portanto, os produtores já começam a subir os preços ao consumidor.

Para o presidente da Avimig, Tarcísio Franco do Amaral os avicultores já estão perdendo dinheiro, já que o quilo do frango vivo que era vendido em setembro por cerca de R$ 1,45, hoje é comercializado a R$ 1,85. Mas, por causa da ração, o preço para o criador é de R$ 2.

– Ou seja, estamos absorvendo prejuízos, diz, antecipando que parte desses gastos acabará batendo na cozinha do consumidor – afirma Tarcísio.

As reclamações não param por aí. Os suinocultores também se dizem prejudicados com a alta do grão nobre, como diria a Emater.

Em entrevista ao jornal Hoje em Dia o presidente da Asemg- associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais, João Bosco Martins de

Abreu falou que depois de o preço do milho ter dobrado, foi computado um aumento de 30% no custo total da produção.

– Vamos negociar com os frigoríficos, mas certamente o preço vai subir para o consumidor, afirma João Bosco.

Segundo ele, o quilo do suíno vivo que era vendido ao varejo a R$ 2,30 há um mês, hoje sai a R$ 2,70.

Para o assessor técnico da Faemg -federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Pierre Vilela, a culpa para grande parte do encarecimento do milho é da entressafra.

– Estamos em um período crítico e o atraso no plantio da nova safra, por causa da seca, não colabora. Por isso, a alta só deve ser diluída em janeiro e fevereiro, quando, em função das férias e do carnaval, a demanda diminui – observa Pierre.

Vilela, entretanto, descarta a falta do milho no mercado, e ressalta que os produtores vão pressionar o governo para liberar os estoques de cooperativas e de outros Estados. Sua aposta para o ano que vem é que a saca do grão recue ao patamar de R$ 20.

SAFRA 2007/2008

Conforme dados da Embrapa, para safra de 2007/08, estão disponibilizadas para comercialização, 278 cultivares de milho , sendo que 36 novas cultivares (2 variedades, 4 híbridos duplos, 9 híbridos triplos e 21 híbridos simples) substituíram 37 cultivares (5 variedades, 5 híbridos duplos, 9 híbridos triplos e 21 híbridos simples) que deixaram de ser comercializadas na safra anterior, confirmando assim a dinâmica dos programas de melhoramento e a confiança do setor na evolução da cultura e a importância do uso de semente no aumento da produtividade. Essas cultivares foram desenvolvidas por 26 diferentes programas de melhoramento de milho.

Uma importante característica a ser observada, ao se plantar uma cultivar, é a densidade de plantio, que, quando inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A densidade de plantio ideal é função da cultivar e da disponibilidade hídrica e de nutrientes. Apenas 43 cultivares são recomendadas com densidades de plantio igual ou maior do que 60 mil plantas por hectare. A maioria das empresas já está recomendando densidades de plantio em função da região, da altitude e da época de plantio. Além disso, já existem empresas recomendando a densidade em função do espaçamento, o que representa uma evolução. Normalmente as maiores densidades são recomendadas associadas a espaçamentos reduzidos. Mais dados podem ser colhidos na Embrapa.


 


 


O Norte de Minas – Montes Claros

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