O aumento de preço dos alimentos, principalmente os “in natura” afetados pela alternância de sol forte e chuva, como o tomate, e o reajuste das mensalidades escolares no início do ano letivo foram os principais responsáveis pela inflação de janeiro, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O índice geral fechou o mês em 0,52%, contra 0,82% em dezembro. O grupo Educação teve variação de 4,39% em janeiro, e Alimentação, 1,04%. O tomate foi o item que mais pressionou a inflação de janeiro, com aumento de 36,5%. O feijão, um dos principais destaques do choque no preço dos alimentos no fim de 2007, subiu 7,19%. Apesar da persistência do aumento, Márcio Nakane, coordenador do IPC, diz que o avanço no preço do produto diminuiu muito e que a inflação do item deve cair mais.
Nakane estima que o índice geral feche fevereiro em torno de 0,3%. A explicação para a desaceleração é que itens sazonais, como as mensalidades escolares, não devem aparecer com o mesmo destaque na inflação. A variação menor dos preços dos alimentos também deve se manter em fevereiro. A previsão é de inflação de 0,39% no grupo, ante 1,04% no mês passado.
“Alimentação foi a maior surpresa, com uma taxa abaixo do esperado. Carne bovina ajudou bastante, com deflação de 0,65%. A segunda fonte de surpresa veio de produtos “in natura”, que são muito sensíveis à chuva e estávamos mais pessimistas”, disse o coordenador.
Segundo Nakane, a deflação em carnes bovinas em janeiro ainda não teve o efeito do embargo da União Européia para o produto. Para ele, o impacto poderá ser percebido em fevereiro, caso haja alguma variação de preços no atacado.
Folha de São Paulo