Em 2007, as exportações de produtos em geral do Espírito Santo somaram US$ 6,872 bilhões. Deste total, 21,5% foram provenientes das vendas externas de produtos do agronegócio estadual. O US$ 1,474 bilhão acumulado pelas exportações do agronegócio capixaba ano passado foi uma marca histórica para o setor. Comparando com o desempenho de 2006, o acréscimo no valor exportado foi de 22,4%, superior à taxa média nacional, que registrou 18,2%.
Segundo o presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Enio Bergoli, esse recorde histórico no montante exportado pelo agronegócio é um importante indicador da elevada competitividade desse setor da economia no Espírito Santo. “Somente se estabelece no mercado internacional quem tem produtos de qualidade e custos adequados. Nosso Estado é um pequeno gigante, pois com menos de 0,5% da área geográfica do país, foi responsável por 2,5% das exportações do agronegócio nacional“, destaca.
O saldo da balança comercial do agronegócio capixaba também foi recorde em 2007, e pela primeira vez superou a barreira de US$ 1 bilhão (US$ 1,045 bi), tendo em vista que as importações do setor totalizaram apenas US$ 429,15 milhões. Esse resultado supera o superávit total da balança comercial capixaba, incluindo todos os setores, que foi de US$ 232,77 milhões (US$ 6,82 bilhões de exportação e US$ 6,64 bilhões de importação).
“Podemos afirmar que, em 2007, o agronegócio foi o principal gerador de divisas para o Estado, pois o saldo de nossa balança comercial foi positivo devido à pujança do setor“, completa o presidente do Incaper.
Celulose e café
Entre os fatores que explicam o desempenho positivo do agronegócio, destaca-se o elevado crescimento da economia mundial, que implicou uma maior demanda por bens e o aumento de preços de importantes commodities da pauta de exportação, como café e celulose. Também contribuiu para o aumento dos preços internacionais dos produtos agrícolas os substanciais ajustes na produção mundial de cereais e oleaginosas, que resultaram da crescente demanda da indústria de biocombustíveis.
Considerando o desempenho por setores, a maior contribuição para a expansão das exportações foi dada pelo setor de celulose e café, cujas vendas externas cresceram 21,5% e 10,2%, em relação a 2006. Esses produtos representaram no ano passado mais de 87% das exportações capixabas do agronegócio.
Embora haja um predomínio de café e celulose, a pauta de produtos exportados do agronegócio estadual é bem diversificada. Para Bergoli, o desenvolvimento de programas pelo Governo do Estado, em articulação com diversas organizações e com o setor privado, também foi determinante para a exportação de produtos de cadeias produtivas mais recentes, como é o caso de mamão, raízes e sucos de frutas.
O ano da pimenta-do-reino
A pimenta-do-reino foi a grande vedete das exportações capixabas em 2007. Saiu da sexta para a terceira colocação dentre os produtos do agronegócio comercializados em outros países. Com os US$ 31 milhões exportados, houve acréscimo de 114% em relação a 2006. A pimenta superou o mamão papaia, chocolates e carnes, produtos tradicionais da pauta de exportações do agronegócio estadual.
“Esses resultados foram possíveis graças aos bons preços internacionais da pimenta-do-reino e a conseqüente desova de estoques do produto, que não é perecível, pelos pipericultores capixabas“, afirma Bergoli.
Carne bovina e móveis sofrem recuo nas exportações
As exportações de carne bovina capixaba não repetiram o bom desempenho de 2006 e acumularam no ano que passou US$ 13,8 milhões. Um ano antes, o setor atingiu US$ 22,1 milhões, época em que os pecuaristas capixabas aproveitaram o espaço de mercado gerado pelo embargo a outras regiões exportadoras do país, que sofreram com focos de febre aftosa. Com a normalização desse problema, houve recuo no valor exportado em 2007.
Já a comercialização de móveis no exterior foi afetada pela cotação do dólar, desvalorizado em relação ao real. Assim, o valor das exportações capixabas caiu para US$ 4,14 milhões em 2007, ante a marca de US$ 7,66 milhões em 2006.
Assessoria de Comunicação – Incaper
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