“Vamos mostrar a que viemos”, diz Tereza Cristina

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Ministra defendeu sustentabilidade e sanidade na abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio

Quais as lições para o futuro do agronegócio? Este é o tema central do Congresso Brasileiro do Agronegócio, um dos eventos mais importantes do setor, que neste ano acontece de forma digital. A abertura ocorreu na manhã desta segunda-feira (03), com a participação de lideranças do setor. Nesta edição foram mais de 8 mil inscritos.

No ano em que o Brasil alcança sua maior safra de grãos, com mais de 250 milhões de toneladas, com abertura de 70 novos mercados para exportação, com recordes em exportação que devem bater os US$ 106 bilhões no ano, abastecendo 200 países, os desafios, como a pandemia do novo coronavírus, mostraram a resiliência do setor, que não parou. Paralelo a isso as discussões de preservação ambiental e acesso a mais recursos financeiros e de infraestrutura permeiam o debate.

Na abertura o presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, destacou a importância do setor privado assumir o papel em questões como ações concretas contra desmatamento e ilegalidade, dando suporte ao governo e cobrando a aplicação das leis. “Temos um ótimo Código Florestal mas precisamos aplicar, fizemos o CAR mas apenas 5%  foram validados. Temos que fazer um pacto para unir o setor que por anos viveu de cacos, implementar leis e não implementar plantas daninhas que mancham nosso destino. A grande maioria dos agricultores e pecuaristas é honesta. Vamos abraçar a causa do nosso país e assim faremos mais difícil a vida dos nossos concorrentes”, defendeu.

O ano positivo do setor e o bom momento do mercado de capitais são os motivos citados pelo CEO da Bolsa Brasil – B3, Gilson Finkelsztain, para alavancar o setor financeiro no campo, suprindo outro desafio: a oferta de crédito e recursos para a gestão de riscos. “Aumentar concessão de crédito e o acesso para o produtor. Temos um ano desafiador e com potencial para investir no setor, com obras, agenda forte de sustentabilidade, acesso a recursos e gestão de riscos para crescer e ser mais competitivo ainda”, aposta.

O protagonismo sustentável

Brito anunciou que a Abag é a primeira entidade global do agronegócio a neutralizar as emissões de carbono em 2019 por meio do Crédito de Descarbonização (CBIO), instrumento adotado pelo Renovabio para atingir esta meta. “Esse é um exemplo de setores comprometidos com o agro positivo e exemplo para a sociedade em ações mitigadoras às mudanças climáticas. Protagonismo, legalidade e ciência”, enfatizou o dirigente.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina aposta na diversidade do agronegócio brasileiro, focando em preservação.  “O Brasil sabe produzir e preservar. Estamos diversificando em produtos e aumentando sua produtividade, como grão de bico e gergelim, por exemplo. Trabalhando para área de trigo expressiva e ser autossufieciente”, disse. Ela destaca que fatores naturais serão diferencial no pós-pandemia, onde haverá um mundo mais exigente em sanidade e sustentabilidade. “O Brasil tem terra, o Brasil tem água, o Brasil tem clima, tecnologia única feita pela Embrapa para nossa realidade, pela nossa gente. Vamos mostrar o que temos e a que viemos”.

Investimentos

Como forma de fortalecer a logística e infraestrutura de escoamento da produção, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, destacou investimentos que prometem melhorar a efetividade de transporte da safra no país. Entre eles está o investimento em acessos ao Porto de Santos, na casa de R$ 19 bilhões, para diminuir o tempo de operação e custos, assegurando o investimento do produtor. Aumento da concessão de rodovias como a recente pavimentação da BR-163, concluída este ano, o que já significa um grande avanço para os estados do Pará e de Mato Grosso, e ampliação da malha ferroviária brasileira. Há investimentos programados na Malha Paulista, Ferrogrão, Ferrovia da Integração do Centro-Oeste além de obras, como pontes, que interligam os modais.

No total o governo federal planeja promover 44 leilões de concessões na área de transportes no próximo ano, com a meta de atrair R$ 101 bilhões de investimentos em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. “Toda vez que vamos no campo ficamos impressionados com o profissionalismo do nosso agro, que desbravou novas áreas, buscou pesquisa, investiu em tecnologia e vem superando as dificuldades. É necessário prover infraestrutura  para garantir qualidade e repercutir no valor do frete”, disse o ministro.

Agrolink

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