No dia 7 de dezembro, em Vitória, será lançado o documento intitulado “PEDEAG 3”, o nome intitula o terceiro ciclo do “Plano Estratégico do Desenvolvimento da Agricultura Capixaba”.
Zander Soares de Navarro, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi convidado pela Secretaria da Agricultura do Espírito Santo para acompanhar esse processo. E comentou sobre a iniciativa.
“Trata-se de notável exercício comandado pela área da agricultura do governo do Espírito Santo que é um exemplo para todo o Brasil. É ainda um ‘plano de desenvolvimento agrícola’, mas poderá evoluir para um ‘plano estadual de desenvolvimento rural’, o que será um salto de qualidade que fará o Espírito Santo se tornar um estado paradigmático em nossa história rural.” O pesquisador ressaltou que a iniciativa ocorre em um dos estados que tem a melhor situação fiscal do Brasil e onde as piores facetas da crise econômica atual são bem menos problemáticas.
Segundo Navarro, o Plano Estratégico deveria ser adoto em todos os estados e ser acompanhada e estudada rigorosamente pela Embrapa. Se assim fosse, diversos bloqueios enfrentados deixariam de existir.
“O PEDEAG 3 apresenta inúmeras marcas que se destacam. O pesquisador citou algumas: “Sua elaboração desenvolveu um forte componente participativo, envolvendo todos os “atores sociais” interessados no mundo rural capixaba; o plano é categoricamente empírico, tem “os pés no chão” e realizou um enorme esforço de colar a ação governamental à concretude da produção e da vida social rural; outro pronto é o rigor analítico e, para isso, foram envolvidas empresas de tradição na construção de cenários e análises; também existe um intenso o diálogo com as firmas do sistema agroalimentar estadual, em todas as cadeias produtivas”. Tudo isso, segundo Navarro culmina em um projeto que produz uma interpretação relevante sobre a agropecuária do Estado e, por isso, pode oferecer a todos os interessados uma verdadeira estratégia de desenvolvimento do setor.
O pesquisador termina o comentário dizendo que lamenta o fato de a Embrapa pareça não se interessar por projetos assim tão relevantes, se distanciando das realidades rurais do Brasil. “A nossa situação me lembra uma frase de Machado de Assis: ‘São assim os homens; as águas que passam e os ventos que rugem não são outra coisa’. Ante esse processo de banalização, não surpreende que, cada vez mais, aqueles mais diretamente ligados ao Brasil rural deixem de citar a Embrapa como um participante relevante da revolução transformadora ora em curso nas regiões rurais”, lamenta Navarro.
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