CNA debate mudanças e oportunidades para o agro brasileiro com o Brexit

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Comércio bilateral entre Brasil e o Reino Unido movimentou, aproximadamente, US$ 4,7 bilhões no ano passado

Foto: Reprodução

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma live, na segunda (8), sobre o tema “Brexit e o novo regime tarifário britânico – mudanças e oportunidades para o setor agropecuário brasileiro”.

O encontro foi mediado pela coordenadora de Inteligência Comercial da CNA, Sueme Mori, e contou com a participação da chefe do Setor de Política Comercial e Agrícola da Embaixada do Brasil em Londres, Letícia Frazão, e do diretor de Acesso a Mercados e Projetos Especiais para a América Latina e Caribe do Departamento de Comércio Internacional do governo britânico, Lucas Lorini.

Sueme Mori destacou que o comércio bilateral entre Brasil e o Reino Unido movimentou, aproximadamente, US$ 4,7 bilhões no ano passado, dos quais 51% foram de produtos agropecuários. Segundo ela, a relação entre exportação e importação dos países é extremamente equilibrada, mas ainda muito pequena.

“Considerando que o Reino Unido importa mais da metade dos alimentos que consome e o Brasil é uma potência agrícola exportadora, acreditamos que existe um potencial muito grande de ampliação do comércio”, disse.

Com base nas perspectivas positivas para o agro brasileiro com a saída dos britânicos da União Europeia, a CNA elaborou o estudo “Brexit e o novo regime tarifário britânico – Mudanças e oportunidades para o setor agropecuário brasileiro”. O documento traz um panorama do comércio bilateral agrícola e um detalhamento das mudanças de tarifas, além de apontar produtos para os quais o Brasil possui capacidade de oferta.

A chefe do Setor de Política Comercial e Agrícola da Embaixada do Brasil em Londres analisou algumas vantagens para o agro brasileiro, como a redução de tarifas de importação para 540 produtos agropecuários, e apontou os principais desafios que o País enfrentará, como logística, regras de origem e divisão de cotas tarifárias, entre outros.

Letícia Frazão ressaltou alguns produtos com grande potencial de exportação para o Reino Unido como frutas, cacau em pó, vinhos e suco de laranja. Por outro lado, açúcar e carnes ainda terão que se adaptar às cotas de importação estabelecidas com outros países. (veja a apresentação)

“Um acordo comercial faz todo sentido. Nós somos um grande exportador de produtos agrícolas e o Reino Unido é um grande importador. Já temos conversas preliminares e acreditamos que o atual acordo entre Mercosul e União Europeia seria uma boa base de negociação, mas poderíamos ir além, desde que eles demonstrem flexibilidade nessa área de agricultura”, disse.

Lucas Lorini garantiu que o Brasil é um mercado prioritário para o Reino Unido e o maior parceiro comercial na América Latina, mas que a relação ainda está em “parâmetros muito baixos”. Segundo ele, o Reino Unido tem interesse em negociar um acordo de livre comércio com o Mercosul e pontos como a redução das barreiras de acesso aos mercados e discussões técnicas já podem ser realizadas.

Ele explicou que a Tarifa Global do Reino Unido, nova política tarifária estabelecida pelo país, ampliou o número de produtos isentos ou com tarifa reduzida de importação e facilitará as exportações. Apesar disso, os padrões sanitários e fitossanitários continuarão nos mesmos níveis e alimentos produzidos com certificação e rastreabilidade de origem terão vantagem para acessar o mercado britânico. (veja a apresentação)

CNA

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