Brasil discute desafios sobre a agricultura familiar no Mercosul

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Para avançar na construção conjunta de políticas públicas sobre a agricultura familiar na região do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o Brasil realiza, de 4 a 8 de dezembro, a XXVII Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), em Florianópolis.

O país, que está na presidência pro tempore da Reaf, sob a coordenação da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), lidera o maior debate sobre os desafios do setor com a presença de representantes de todos os países envolvidos.

Criada em 2004, por iniciativa da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (Coprofam) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) Mercosul, a Reaf é composta pelos membros plenos do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; assim como os membros associados: Chile, Bolívia, Equador e Colômbia.

A cada seis meses, um país responde pela Presidência Pro Tempore da Reaf – um meio de garantir a democracia e o equilíbrio entre os Estados que formam o bloco.

Segundo o secretário técnico da Reaf, Lautaro Viscay, uma das propostas que estarão em pauta é um programa de gênero regional com foco na mulher rural. “ Elas precisam ser vistas como a solução para os problemas da pobreza e da fome no Mercosul. Isso é um plano de trabalho que será desenvolvido, dentro do bloco, coordenando-se com a agenda dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Vamos destacar a autonomia da mulher rural e também o tema de violência da mulher rural.”

A outra novidade é a criação de mais um Grupo Temático: o de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Os primeiros passos para a constituição dessa iniciativa aconteceram no primeiro semestre, no Chile, quando foi dada a recomendação sobre extensão rural para os países. “Isso significa que agora na XXVII Reunião da Reaf nós vamos produzir com os outros países recomendações, orientações, ações de intercâmbio e capacitações. O tema é estratégico e fundamental, porque é a Ater que leva as políticas para as famílias que estão no campo”, explica o coordenador-geral de Assuntos da Agricultura Familiar e Cooperação Internacional da Sead, Hur Ben Corrêa da Silva.

Outro ponto importante são as expectativas regionais que giram em torno da sucessão do jovem rural e também em decorrência da permanência desse jovem no campo. “Queremos apresentar novas ferramentas para que ele possa se desenvolver. E um fator determinante para a sua vida no meio rural é que ele tenha uma vida satisfatória, uma vida repleta de possibilidades, e não o contrário”, frisa Lautaro.

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