Criado há 158 anos, o Ministério da Agricultura deverá passar a se chamar Ministério do Alimento e Desenvolvimento Rural no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
A futura ministra da Pasta, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), também já definiu a maior parte de sua equipe no novo “superministério”, que ganhará quatro novas secretarias — serão oito no total. As únicas secretarias sem comandantes definidos são a de “Agricultura Familiar e Cooperativismo” e a de “Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação”.
Entre as estatais e órgãos vinculados, continuarão sob o guarda-chuva do ministério a Embrapa, a Conab e a Ceplac (cacau), e passarão a integrá-lo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Serviço Florestal Brasileiro — que sempre foi ligado ao Ministério do Meio Ambiente.
Para as demais secretarias, Tereza já escolheu o deputado Marcos Montes (PSD-MG), ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e que ficará sem mandato em 2019 (Secretaria-Executiva); o fiscal federal José Guilherme Leal, ex-secretário de Agricultura do Distrito Federal (Defesa Agropecuária); Eduardo Sampaio, servidor federal que já exerceu diversos cargos no Ministério da Agricultura (Política Agrícola); e o diplomata Orlando Leite (Relações Internacionais).
Para as novas secretarias, também já foram indicados Luiz Antônio Nabhan, presidente da União Democrática Ruralista (Assuntos Fundiários); e Jorge Seif, empresário catarinense de barcos de pesca industrial (Pesca e Aquicultura). Ambos foram indicados na cota pessoal de Bolsonaro, de quem são amigos.
A maior parte das escolhas foi bem recebida pelo setor. “O quadro de funcionários foi e precisa ser valorizado. Tem sofrido muito com as operações policiais e se encontra com baixa estima, equivocadamente. É preciso virar a página desse lamentável período, colocar a máquina pública atuando em conjunto com o setor privado e reconquistar a credibilidade do Brasil”, afirma Pedro de Camargo Neto, ex-secretário do ministério e que integrou a equipe de transição do novo governo .
A estrutura mais robusta do ministério, porém, também desperta dúvidas. Ontem o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que sua sucessora precisa “ter foco para não se perder”. Ele deu o exemplo específico da pesca, que chegou a integrar a Agricultura em sua gestão, é alvo de denúncias de corrupção e carece de orçamento e estrutura governamental.
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