O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) deu um importante passo na ampliação das relações comerciais entre o Brasil e China, nessa quinta-feira, 8 (pelo horário de Brasília). Ele propôs ao chefe de governo da província de Cantão, Ji Jiaqi, um acordo para a criação de um grupo do consulado brasileiro e técnicos dos dois países, a fim de facilitar a entrada de produtos brasileiros na China e vice-versa. O ministro considera estratégica a região do Cantão, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,7 trilhão. No ano passado, a província movimentou US$ 1 trilhão em comércio exterior.
Ji Jiaqi disse que o Brasil é o segundo maior parceiro comercial do Cantão, atrás apenas dos Estados Unidos. Ele propôs ao ministro Blairo Maggi um aumento da cooperação na área da segurança alimentar, principalmente no que se refere a gestão de riscos. Esta parceria, de acordo com o governo cantonês, por meio de universidades e centros de pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Blairo aceitou e orientou o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, presente no encontro, para iniciar as conversas com os chineses.
O ministro – que está em viagem a vários países da Ásia – lembrou que o presidente Temer deverá ir à China no próximo ano, atendendo ao convite do presidente Xi Jinping, feito durante a reunião de cúpula do G20, no último fim-de-semana, em Hangzhou. Uma das questões entre os dois governos é uma mudança nos critérios do governo chinês para a seleção de empresas brasileiras aptas a exportar. “Precisamos rever esta questão, porque muitas empresas do agronegócio estão de fora e, se forem incluídas, poderemos aumentar significativamente a oferta de produtos com preços ainda mais competitivos”, argumentou.
Blairo propôs – e Jiaqi aceitou – a criação de um grupo técnico para discutir esse assunto. O chefe de governo da província chinesa disse que o Cantão tem autonomia para resolver esse tipo de problema, o que poderá facilitar ainda mais o trabalho dos exportadores brasileiros junto ao governo chinês. Blairo convidou Jiaqi para visitar o Brasil.
Após a reunião, o ministro explicou que a pressão de províncias economicamente importantes, como o Cantão, junto ao governo central, é um fator político que pode ajudar a aumentar as vendas externas de produtos agropecuários brasileiros para a China. “As pressões precisam acontecer não apenas em nível presidencial, mas também nos escalões intermediários, porque, além das questões econômicas, temos as políticas”, explicou Blairo.