Sem Rússia, exportação de carne suína cai 26% no ano

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As exportações de carne suína de janeiro a maio de 2018 registraram queda em valor monetário de 26,7%. Enquanto o País enviou ao exterior US$ 598.708.563 desse produto nos quatro primeiros meses de 2017, no acumulado deste ano o montante caiu a US$ 438.444.763. Em volume, houve queda de 13,27%, passando de 239.732.351 toneladas para 207.918.730. Os dados são da balança comercial, divulgada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

A retração nas exportações da carne suína se deve à ausência da Rússia na lista de países de destino dessa proteína. Na avaliação de Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), o impacto na queda total dos volumes exportados só não foi maior porque houve crescimento nos embarques para outros mercados, como Hong Kong e, principalmente, China.

Diante do cenário dos quatro primeiros meses do ano, a perspectiva para 2018 é de que exportações menores. “A demora para a reabertura do mercado russo e uma redução dos volumes exportados até maio, em relação ao mesmo período do ano passado, determinam uma tendência clara para redução no volume total de carne suína brasileira a ser exportada”, comenta Lopes.

Segundo ele, enquanto o País exportou no ano passado em torno de 700 mil toneladas, “em 2018 não devemos superar as 600 mil toneladas”. “No cenário mais otimista, com a retomada a qualquer momento dos embarques para a Rússia, o crescimento constante da exportação para a China e a possível efetivação das exportações para a Coreia do Sul, poderíamos chegar próximo ao patamar de 2017, mas isso é muito pouco provável”, acrescenta.

As exportações para o mercado chinês, contudo, já tem refletido em ganhos para o setor. Lopes aponta que os volumes exportados para a China mais que dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. “Um aumento ainda maior neste ritmo de crescimento das exportações para o gigante asiático depende, além dos desdobramentos das retaliações comerciais deste país com os EUA, também da liberação de novas plantas brasileiras para exportarem”, diz. Isso, no entanto, depende de missões técnicas chinesas que estão previstas para visitarem o Brasil brevemente.

As disputas comerciais travadas pelos Estados Unidos, além disso, podem levar a carne suína brasileira ao México. Marcelo Lopes prefere ter cautela com essa possibilidade, que dificilmente ocorreria no curto prazo devido a questões burocráticas e mercadológicas. “O Brasil pode ser beneficiado, mas, embora o México seja o terceiro maior importador mundial de carne suína, impõe restrições a questões sanitárias, exigindo que a região de origem seja livre de febre aftosa sem vacinação, status que somente o estado de Santa Catarina tem atualmente.”

Suinocultura Industrial

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