As exportações brasileiras de carne bovina registraram o pior desempenho em volume para um mês de junho desde 2011, um resultado influenciado pelo embargos sofridos pelo Brasil e pela greve dos caminhoneiros. É o que avalia a consultoria INTL FCStone, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (MDIC).
Foram “apenas” 54,39 mil toneladas embarcadas, 45,4% a menos que o registrado em junho do ano passado. Só de carne bovina in natura, foram 100 mil toneladas, a menor quantidade desde 2003.
A receita dos exportadores totalizou US$ 278,81 milhões, queda de 33,5% em relação a junho de 2017. É o menor faturamento para um mês de junho desde 2007, de acordo com os analistas da consultoria.
“A contração observada nas exportações decorre principalmente das dificuldades de recomposição da produção enfrentadas pelo setor desde a greve dos caminhoneiros entre o final de maio e início do último mês. A paralisação, em primeiro momento, afetou o fluxo de saída das carnes das câmaras frias dos frigoríficos para os portos, para então dificultar o transporte de animais para o abate, levando o setor a um período de estagnação da produção, diminuindo a oferta no mercado interno”, diz, em nota, a consultoria.
No comunicado, a INTL FCStone ressalta ainda que os exportadores brasileiros aguardam o fim do embargo imposto pela Rússia no final de 2017. E que ainda está pendente de definição a política de preços mínimos do frete rodoviário, uma reivindicação dos caminhoneiros em greve e que esta em discussão no governo e no Congresso Nacional.
Globo Rural