Juntamente com outros 13 estados, o Espírito Santo recebeu a certificação internacional como área livre de peste suína clássica (PSC), durante Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) realizada na última quinta-feira (26), em Paris, na França.
Segundo o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Fabiano Fiuza Rangel, o reconhecimento evidencia o trabalho que o Espírito Santo tem realizado na área de defesa sanitária animal. “O Estado é livre da PSC há mais de 30 anos, resultado de uma atuação conjunta dos servidores do Instituto, das organizações envolvidas e do setor produtivo. A certificação é essencial para conferir ao Estado a possibilidade de exportar a carne suína para outros mercados”, explicou Fiuza.
De acordo com a médica veterinária Luciana Zetun, responsável pelo Programa de Sanidade dos Suídeos no Idaf, os inquéritos epidemiológicos de PSC, realizados bianualmente em criatórios, e os monitoramentos da doença nas granjas de suínos contribuíram para a conquista. “Precisamos destacar ainda o trabalho de controle de lesões feito nos matadouros de suínos registrados no Serviço de Inspeção Estadual (SIE/Idaf), que complementa o compromisso de vigilância sanitária animal. Todas essas atividades foram auditadas pelo Ministério da Agricultura que comprovaram a adequada execução”, disse Zetun.
Os outros Estados que receberam a certificação foram: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Rondônia, Acre e Distrito Federal. Também estão nessa lista os municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do município de Canutama e sudoeste do município de Lábrea, no Amazonas.
Reconhecimento
O reconhecimento internacional é composto por várias etapas. Inicialmente, cada estado deve cumprir as exigências descritas na IN nº 5/2009 e passar por auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para, caso aprovado, ser indicado ao órgão internacional. Depois, o pleito é avaliado pelo Grupo ad hoc, pelo Comitê Científico e, finalmente, pela Assembleia Geral da OIE. No Brasil, apenas os estados do Rio Grande Sul e Santa Catarina possuíam a certificação, conquistada em maio de 2015.
Entre as exigências para que se consiga a certificação estão as notificações de suspeita de doença hemorrágica ou aumento de mortalidade, a melhoria de barreiras sanitárias fixas, o estabelecimento de corredores sanitários e barreiras volantes, entre outras.
Peste suína clássica
A peste suína clássica é uma enfermidade contagiosa causada por vírus e tem notificação compulsória para a OIE. Provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal.
A doença causa sérios prejuízos pela facilidade de disseminação e alto índice de mortalidade. A PSC não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida para os seres humanos.
A zona livre de PSC conta com um sistema de vigilância sanitária que visa impedir o ingresso e detectar precocemente a reintrodução do vírus, de forma a garantir a manutenção do status sanitário alcançado.
Francine Castro