A pecuária de corte brasileira será beneficiada num futuro próximo com os resultados do Acordo de Cooperação Técnica celebrado nesta semana, em Brasília, entre a Embrapa e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Com a parceria, as duas instituições se unem para a obtenção de estimativas únicas de valor genético genômico das raças zebuínas no Brasil, o que dará importante contribuição para a qualidade da carne e para eficiência alimentar dos animais em sistemas de produção mais sustentáveis.
Um dos resultados esperados com o acordo é a formação de um banco de dados robusto com bases unificadas que permitirá uniformizar as avaliações genéticas das raças zebuínas brasileiras. Com isso será possível disponibilizar informações técnicas para identificar reprodutores geneticamente superiores com importante aporte para o melhoramento animal.
“Não tenho dúvidas que esse é um novo momento para pecuária brasileira, afirmou diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares. Ele salientou a importância do trabalho que tem sido realizado no Brasil com a raça zebuína. “Em 40 anos, passamos de país importador de bovinos para exportador de genética superior. O Zebu já evoluiu muito e ainda tem muito a evoluir, com os resultados dessa parceria”, afirmou.
Arnaldo Borges, presidente da ABCZ, disse que o plano de trabalho estabelecido entre as duas insituições será colocado em prática de imediato e que a intenção é que a iniciativa, que neste momento atende aos bovinos de corte, seja expandida para atender também ao gado leiteiro. “Temos experiência em trabalhar em parceria com a Embrapa desde 1983, e já tivemos importantes resultados para os nossos programas de melhoramento. Um trabalho unificado vai trazer um grande impacto para o mercado nacional e internacional. Os criadores de Zebu vão ter à disposição informações geradas por duas entidades que são referência”, festejou.
O pesquisador Luiz Otávio Campos da Silva, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) explicou que com o projeto serão feitas coletas de dados padronizadas e sistêmicas referentes a pedigree, fenótipos e genótipos de milhares de animais que formarão a população de referência. “A partir daí será possível calcular de forma mais precisa os valores genéticos genômicos de bovinos de corte, criados em condições específicas em diferentes sistemas de produção”, explicou.
Com aporte de recursos do Governo Federal da ordem de R$ 3,5 milhões, o projeto será desenvolvido no prazo de um ano. Atualmente existem cerca de 170 milhões de animais com genética zebuína, no Brasil.
Também estiveram presentes na assinatura do acordo na sede da Embrapa, o chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte, Ronney Mamede; a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Lucimara Chiari; o pesquisador do Programa Geneplus Paulo Nobre; o diretor da ABCZ Gil Pereira, o superintendente técnico da ABCZ Luiz Antonio Josahkian; o superintendente adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ, Henrique Ventura; o consultor da ABCZ, Marco Montenegro (da empresa Credite Soluções em Orçamento), Marcelo Ricardo de Toledo, superintendente técnico da Associação de Criadores de Zebu do Planalto (ACZP) e o assessor do deputado Arthur Lira, José Wilson.
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