“O consumo interno continua a se contrair, com os consumidores progressivamente pressionados pela crise econômica”, escreveram os analistas. “Não esperamos que isto melhore até o início de 2017.”
O aumento na produção de carne bovina também não deve ocorrer antes de 2017, conforme já previam outros analistas e a indústria do setor, já que a oferta de gado pronto para abate também só deverá melhorar no ano que vem. Diante disso, o Rabobank espera que os preços de boi mantenham-se acima dos níveis recordes na segunda metade do ano.
Já no mercado externo, a expectativa é de que a carne bovina brasileira mantenha a forte competitividade no segundo semestre, quando o real poderá sofrer desvalorização adicional em relação ao dólar.
“Espera-se que a moeda brasileira se desvalorize em relação ao dólar norte-americano durante a segunda metade de 2016, como resultado dos atuais complexos cenários econômico e político”, avaliam os analistas. “Assim, as exportações brasileiras de carne bovina deverão permanecer competitivas, continuando a crescer fortemente durante o segundo semestre de 2016.”
De janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina somaram 609,7 mil toneladas, 12% superior às vendas externas do mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
O crescimento das exportações brasileiras de carne bovina tem sido impulsionado principalmente pela abertura de novos mercados como China e Arábia Saudita.
A expectativa do governo brasileiro é de que ainda este ano ocorra a efetiva abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne bovina in natura brasileira.
Rabobank