Na semana do Meio Ambiente, em uma iniciativa do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Alegre, reuniram-se cerca de 30 pessoas com conhecimento técnico-científico e conhecimento da realidade social das comunidades presentes na bacia hidrográfica de Ribeirão Jerusalém, no município. A partir do debate promovido foram definidas ações prioritárias para o momento, além de novas propostas.
Entre os presentes estavam agricultores familiares, técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), membros da Prefeitura de Alegre, representantes do Ministério Público Estadual, pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Alegre (Fafia), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e das ONG´s Plantágua e Kapixawa.
Na ocasião também foi escolhida uma sub-bacia, a Ribeirão Vargem Alegre, que será foco inicial de um diagnóstico para a elaboração de projetos que promovam o aumento da infiltração de água no lençol freático e, consequentemente, a disponibilidade de água para o abastecimento da sede do município.
Foram apresentados dados e imagens sobre a degradação ambiental existente na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jerusalém e a situação quanto aos recursos hídricos no município de Alegre. No Ribeirão Jerusalém está localizada a barragem do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), que é responsável pelo abastecimento de água da sede do município.
De acordo com a extensionista do Incaper Erika Munaro Turbay, outro aspecto será focar em microbacias para a realização de pesquisas de monitoramento. Ela explicou que a microbacia é uma área de captação natural da água de precipitação (chuva) que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída, sendo possível realizar a mensuração dos resultados de intervenções no ambiente e também facilitar a percepção dos efeitos pela população local.
O agricultor fala
Durante a reunião agricultores chamaram a atenção para a quantidade de poços artesianos construídos nas zonas rural e urbana de Alegre no último ano e a prática de drenagem das várzeas.
Erika Murano explicou que esses ambientes são áreas de preservação permanente e funcionam como área de alagamento durante a época de chuvas, e a drenagem dessas áreas, muitas vezes, resulta no rebaixamento do lençol freático, o que em períodos de estiagem prolongada também acarreta a redução do volume ou o desaparecimento de nascentes.
Mais propostas
Outra proposta debatida foi a formulação de instrumento legal para o pagamento de serviços ambientais municipal. O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) da água pode ser uma forma eficiente de arrecadar recursos para implementação de ações no município.
Segundo informações do escritório local do Incaper do município, a expectativa dos membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) de Alegre é promover a articulação entre diversas instituições visando à convergência de ações e recursos na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jerusalém.
Tatiana Caus