As propriedades de agricultores brasileiros têm o maior índice de preservação de vegetação nativa do Brasil, com 20,5%. É o que apontam as informações levantadas pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), que pesquisou mais de 4,1 milhões de terrenos, totalizando uma área de mais de 410 milhões hectares.
Para se ter uma ideia, todas as Unidades de Conservação (UC) definidas pelas autoridades governamentais significam apenas 13%. Nessas Ucs estão incluídas estações ecológicas, reservas biológicas, parques, monumentos naturais, refúgios de vida silvestre, áreas de relevante interesse ecológico, florestas nacionais, reservas de fauna, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas extrativistas, áreas de proteção ambiental (APA) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPN).
O Brasil possui mais de 66% de suas terras ocupadas por vegetação nativa, enquanto a produção de grãos, fibras e agroenergia ocupam apenas 9% do território. “Essas informações são públicas e estão disponíveis no site do Cadastro Ambiental Rural (www.car.gov.br). Nosso trabalho foi compilar os dados e integrá-los de forma organizada, agregada e ajustada geograficamente para pesquisas de inteligência territorial sobre regiões, estados, municípios ou áreas de interesse”, explica a supervisora do GITE (Grupo de Inteligência Territorial Estratégica), Lucíola Magalhães.
Na Região Sul, por exemplo, as unidades de conservação e as terras indígenas, somadas, representam oito vezes menos área de vegetação nativa (2%) em relação aos imóveis de produtores rurais (17%). No Centro-Oeste (sem dados do Mato Grosso do Sul), essa relação é de 33% de agricultores para 14% em áreas protegidas.
“Não há, no Brasil, nenhuma categoria profissional – minerador, médico, professor, industrial, militar, promotor, economista ou funcionário – que preserve tanto o meio ambiente como os agricultores. Esse enorme esforço de preservação nos imóveis rurais beneficia toda a Nação. A responsabilidade e os custos decorrentes da imobilização e da manutenção dessas áreas recaem inteiramente sobre os produtores, sem contrapartida da sociedade, principalmente dos consumidores urbanos”, afirma o chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda.
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