O órgão de previsão climática do governo dos Estados Unidos elevou nesta quinta-feira sua previsão para formação do fenômeno La Niña nos próximos meses, afirmando que as condições provavelmente vão se desenvolver durante o outono do Hemisfério Norte e poderão se prolongar durante o inverno 2016/17.
Relatório mensal do Centro de Previsão do Clima (CPC), uma agência estatal, estimou as chances de La Niña em 70 por cento durante este outono, ante uma probabilidade maior de condições neutras apontada no relatório do mês anterior.
As condições estão ligeiramente favoráveis para continuarem até o inverno, disse o CPC, estimando as chances em 55 por cento. A ocorrência de La Niña deverá vir na sequência de um El Niño forte que se dissipou há poucos meses, depois de ter causado danos em lavouras ao redor do mundo, inclusive com prejuízos à produtividade no Centro-Oeste do Brasil.
O La Niña geralmente é menos prejudicial que o El Niño, sendo caracterizado por temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico equatorial. O La Niña tende ocorrer a cada dois ou sete ano, de maneira imprevisível. Ocorrências fortes estão ligadas a secas e enchentes, dependendo da região do planeta.
No Brasil, o La Niña é favorável às chuvas na região Nordeste e desfavorável no Sul nos meses de verão e outono, o que poderia colocar em risco produtividades das lavouras de grãos em importantes Estados produtores como Paraná e Rio Grande do Sul.
Em relatório recente, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura, disse que a primavera no Brasil (outono do Hemisfério Norte) deverá ser marcada por um fenômeno La Niña de intensidade fraca e de duração inferior a 12 meses.
Reuters