Toneladas de mamão que seriam exportados estão sendo descartados por empresas de Linhares, no Norte do Espírito Santo. Por causa da pandemia do novo coronavírus, as vendas para outros países diminuíram e a fruta tem estragado nas fábricas.
Os empresários informaram que, antes do descarte, parte da fruta que está boa para consumo é doada para instituições, como para asilo de idosos do município.
Os empresários de Linhares, município que se destaca na produção e exportação do mamão, explicaram que a crise econômica provocada pela pandemia do vírus fez com que as vendas diminuíssem muito.
O empresário e presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), Bruno Pessoti, explicou que o setor foi pego de surpresa e, além da queda no consumo, ainda há dificuldade no transporte aéreo da fruta para outros países.
“Nós tivemos uma retração nas vendas muito grandes, provocada pelo alto preço que foi praticado na fruta no início do mês de abril. Com a proibição das feiras livres no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, também veio a somar a dificuldade de venda do nosso produto”, disse ao informar sobre o que causou a queda de 95% na exportação do produto.
O empresário relatou que nesse momento, a alta do dólar seria positiva para a exportação, mas que, por causa da pandemia, não tem logística aérea para atender os pedidos de mamão de outros países.
Em outra exportadora da fruta no município, o cenário é o mesmo. Com a baixa nas vendas, o produto tem que ficar na empresa e passa do tempo de maturação, o que gera prejuízo. O empresário Rodrigo Martins disse que a empresa está tentando cortar custos para não demitir os funcionários.
“Já tem duas semanas que o fruto está sendo descartado aqui na empresa, gerando quase R$ 70 mil de prejuízo, fora o que estamos descartando nas fazendas e os custos operacionais que estão fora dessa conta”, relatou Martins.
G1 ES