Recebimento de cacau nacional cresce 30% no primeiro semestre, diz AIPC

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Volume no acumulado de janeiro a junho ficou em 107.178 toneladas

O recebimento de amêndoas nacionais no acumulado dos seis primeiros meses de 2022 cresceu 30% de acordo com os dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). No período, foram recebidas 107.178 toneladas de amêndoas, ante 82.416 toneladas no mesmo período de 2021.

Na comparação do volume recebido em junho versus o total recebido em maio, houve aumento de 40%, passando de 27.578 toneladas para 38.758 toneladas. Na comparação de junho desse ano com o mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 13,8%, já que no mês de junho de 2021 o volume recebido foi relativamente superior do verificado em 2022, com 34.051 toneladas. “A safra temporã que iniciou em maio tem demonstrado resultados muito positivos, e é reflexo de todo os esforços que a cadeia tem feito nos últimos anos”, explica a diretora-executiva da AIPC, Anna Paula Losi.

Nos seis primeiros meses de 2022 a moagem de amêndoas ficou em 106.083 toneladas, um recuo de 4,32% em relação às 110.872 toneladas. Na comparação entre maio e junho, o volume processado cresceu 3,91%, passando de 17.946 para 18.647 toneladas. Na comparação com junho de 2021, houve um crescimento de 7,2%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 17.394.

Em junho não houve importação de amêndoas, sendo que o acumulado até maio foi de 10.010 toneladas ante 38.005 importadas entre janeiro e junho de 2021. Anna Paula afirma que “como as importações de amêndoas de cacau acontecem para atender a demanda dos clientes internacionais, que a safra local não consegue atender, a tendência é de queda no volume importado já que o volume de entrega nacional vem aumentando”. As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai também recuaram no acumulado do ano, passando de 26.743 toneladas em 2021 para 24.987 toneladas nesse ano, queda de 6,6%. A diretora da AIPC informou que o “recuo da moagem e da exportação tem se dado em razão do contexto econômico global, e que acredita que durante o segundo semestre haverá uma leve recuperação”.

Recebimento por estado

O recebimento de amêndoas por estado teve como destaque o volume enviado pela Bahia, de 64.195 toneladas no acumulado do primeiro semestre, alta de 7,9% em relação às 59.464 toneladas de 2021, em seguida veio o Pará com 38.474 toneladas, cujo volume cresceu 88,5% em comparação às 20.409 toneladas do mesmo período de 2021, seguidos por Espírito Santo com 3.520 toneladas ante 1.815 toneladas, alta de 93,9% e Rondônia com 858 toneladas ante 723 toneladas, aumento de 18,7%. Na comparação entre maio e junho, o recebimento de amêndoas foi superior em todos os quatro estados, mas foi a Bahia quem apresentou o maior aumento, de 46%, passando de 16.667 para 24.362. Comparativamente, o estado com o maior crescimento percentual no envio de amêndoas para as moageiras foi o Espírito Santo que passou de 200 toneladas em junho de 2021 para 1.072 toneladas no mesmo período de 2022, crescimento de 436%.

Análise do mercado internacional

 

 

De acordo com a análise feita pela consultoria StoneX sobre o cenário internacional para o cacau, em junho, o segundo futuro de cacau (segundo vencimento) demonstrou uma perda acumulada na casa dos 175 pontos, a maior queda mensal desde novembro do ano passado, o que levou o mercado aos menores patamares desde junho de 2021. O movimento baixista iniciou-se logo na segunda sessão do mês e foi mantido em praticamente todo o restante do período com exceção de três sessões positivas entre os dias 15 e 21.

Segundo o analista da StoneX, Caio Santos, o movimento baixista refletiu as fortes tensões macroeconômicas vistas nos EUA e na Europa, com os avanços da inflação em ambas as regiões pesando recorrentemente contra mercados de maior risco como o cacau.

“Acompanhando a queda nos preços, também vale notar a forte retração das posições dos fundos durante junho, com especuladores continuamente reduzindo suas posições compradas até chegarem a um saldo líquido predominantemente vendido”, explica.

Para o próximo mês, ele explica que os agentes devem monitorar de perto os dados de esmagamentos globais, especialmente na Ásia e América do Norte, os quais devem englobar a totalidade dos impactos do conflito na Ucrânia, o início das medidas de aperto econômico nas regiões acima e os lockdowns a China.

AIPC

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