Produção de cacau é incentivada em Águia Branca

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cacauCerca de 40 agricultores familiares de Águia Branca, no Norte do Estado, participaram de mais um seminário sobre o manejo das lavouras de Cacau, uma atividade que vem crescendo rapidamente no município. Conceitos como sustentabilidade, sistemas de cultivo, áreas estratégicas e rentabilidade fizeram parte da programação.

O evento foi realizado no auditório da escola municipal Padre Sérgio Banzza e foi organizado pelos extensionistas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) lotados em Águia Branca, Eduardo Tigre do Nascimento, Heverton Joaquim Dias de Amorim, Júnior Fejoli e Lorraine Ptak Vidal (administrativo), em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR-AB) e com o apoio da Prefeitura e dos viveiristas locais.

O seminário abordou importantes conceitos como sustentabilidade, dividida em três eixos: ambiental, econômico e social; e diversificação, apresentados pelo extensionista do escritório local do Incaper (ELDR) em Barra de São Francisco, Alexandre Neves Mendonça. Também foram exibidas imagens de áreas estratégicas para a preservação, e disponibilizadas informações sobre a realidade de Águia Branca em relação ao uso e à ocupação do solo e aos remanescentes de Mata Atlântica, além do consumo de água diário no Brasil.

Dentre os sistemas de cultivo de cacau no Espírito Santo que foram apresentados, estão o cabruca (cacau na mata nativa), os Sistemas Agroflorestais (Saf’s) e a pleno sol (monocultivo). Cada um com as suas vantagens. O cabruca é um sistema que possibilita a convivência da planta com áreas de proteção ambiental. O Saf proporciona o convívio com outras plantas, como as frutíferas em geral, o que gera uma renda dupla, pois há mais de uma planta no mesmo espaço. “Já o pleno sol é o cacau em monocultivo. É de alta produtividade, mas muito suscetível à proliferação de pragas e doenças”, reforçou Alexandre.

O extensionista do Incaper Euridis Baptisti (Colatina) abordou sobre o manejo da lavoura de cacau, tais como adubação, formação da planta, manejo de poda e controle de pragas e doenças. “Vale destacar que o cacau tem um forte cunho de preservação ambiental além da rentabilidade financeira para o agricultor tocar a sua vida. Diferente de outras culturas, ele permite uma renda mensal”, disse.

Além da vantagem apresentada, o cacau é um nativo da Amazônia e costuma ficar em área de mata. Por isso, em diversos lugares do país, onde há cacau, há também mata preservada. A cultura em questão não se desenvolve bem em grandes amplitudes térmicas, sendo locais com temperaturas constantes as melhores localidades para o plantio e, apesar de ser uma cultura tolerante à seca, ela demanda bastante por água.

Recomenda-se a utilização de equipamentos para o monitoramento e o controle da irrigação e a utilização de quebra ventos para evitar danos à planta por meio da entrada de patógenos que provocam doenças, além da análise do solo e análise foliar.

Cacau no Espírito Santo

A cacauicultura ocupa uma área cultivada de 23.672 hectares no Espírito Santo, com uma produção de 5.467 toneladas de amêndoas, porém, apresenta grandes desafios em toda a cadeia produtiva. O Governo do Estado, buscando minimizar os problemas enfrentados pelos produtores rurais, lançou o Programa de Revitalização das Áreas Produtoras de Cacau do Espírito Santo.

O programa fundamenta-se na renovação e/ou revitalização das áreas em sistema de “Cabruca” afetadas pela doença Vassoura de Bruxa (VB), visando fornecer aos cacauicultores alternativas de restabelecimento da performance econômica, social e ambiental da atividade. A base é a utilização de técnicas sustentáveis de produção, a implementação de pagamento por serviços ambientais, a utilização de variedades tolerantes a essa doença, com o plantio de mudas de qualidade, a capacitação de técnicos e produtores, bem como o direcionamento do fomento por meio da assistência técnica e do crédito rural. O trabalho efetivo do Comitê Gestor do Programa Cacau Sustentável tem possibilitado o cumprimento das metas estabelecidas.

O programa abrange os municípios de Linhares, São Mateus, Colatina e João Neiva, que equivalem a 93,6% da área de cacauicultura, com grande percentual de áreas no sistema Cabruca, além de 21 municípios considerados potenciais na Região Norte do Estado. Produtores de base familiar dos municípios da Região Sul do Estado, como Guarapari, Alfredo Chaves, Anchieta, Iconha, Cachoeiro de Itapemirim e Alegre, têm também despertado o interesse por essa atividade.

Incaper

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