Espera-se um crescimento da produção em 3,8% e aumento do esmagamento da amêndoa em 1,5%
A Organização Internacional de Cacau divulgou um relatório com revisões dos dados de processamento e produção de cacau da safra 2021/22, assim como revisão das projeções para a temporada atual. No documento, houve um ligeiro aumento da produção mundial de 2021/22 em 500 toneladas, para 5,057 milhões de toneladas da amêndoa, com o processamento, por sua vez, sendo revisado para baixo em 62 mil toneladas. Para a safra 2022/23, espera-se um crescimento da produção em 3,8% e aumento do esmagamento da amêndoa em 1,5%.
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Para a produção em 2022/23, as estimativas anteriores da organização foram revisadas e o montante previsto caiu 30 mil toneladas, para 4,98 milhões de toneladas. Entre os países cujas projeções foram atualizadas e reduzidas, está a Costa do Marfim, com estimativa reduzida em 30 mil toneladas, a Indonésia, com queda de 20 mil, e o Brasil, com redução de 10 mil toneladas. No entanto, mesmo com queda dos resultados esperados para a temporada, espera-se que na Costa do Marfim e em Gana, países líderes na produção, os resultados sejam mais expressivos que na temporada anterior. Na Costa do Marfim, é previsto que o montante da produção cacaueira cresça 4% na temporada atual, indo de 2,121 milhões de tons em 2021/22 para 2,2 milhões de tons na atual temporada, enquanto em Gana o aumento previsto da produção é de 10% para 750 mil toneladas, uma recuperação da queda observada em 2021/22. Para o Brasil, o relatório destaca as chuvas abundantes nas regiões produtoras e estima um total de 210 mil toneladas ao fim da safra.
Dessa forma, o déficit de 60 mil toneladas projetado anteriormente pela organização foi ampliado, de modo que, agora, a ICCO espera que ao fim da safra 2022/23 o déficit global de cacau seja de 142 mil toneladas. Nesse sentido, o relatório chama a atenção para a ocorrência de El Niño ainda neste ano, o que, a depender de sua intensidade, pode prejudicar o desempenho da atual safra-intermediária e da temporada 2023/24 devido à queda de produtividade das lavouras em anos com presença do fenômeno climático. Destaca-se também que após as revisões, a relação estoque/uso passou de 32,9% para 32,2%, nível historicamente baixo para o mercado e que reforça a condição mais justa de oferta em relação à demanda.
O resultado, de maneira geral, continua fornecendo suporte às cotações do cacau nas bolsas, que vem operando em seus maiores níveis em quase 7 anos, o que tende a atuar de maneira altista também para os preços praticados no mercado doméstico brasileiro. Apesar de a temporada anterior ter sido revisada para uma situação um pouco mais confortável, com redução do déficit e aumento do estoque final, a temporada 2022/23 mostra um cenário de balanço de oferta e demanda mais ajustado que o esperado. Adicionalmente, olhando para o longo-prazo, o potencial impacto negativo do El Niño na produção no Oeste Africano, região responsável por cerca de 70% da oferta do mundo, eleva as preocupações com uma sequência de novos déficits nas próximas temporadas.
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