Prática do Roguing é a primeira e única ação em combate às viroses
Nos últimos dois anos, mais de mil hectares de produção de mamão foram eliminados durante inspeções periódicas (prática do roguing) ou por cortes compulsórios. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), considerando os investimentos na produção e o valor elevado da fruta neste período recente, são dezenas de milhões de reais os prejuízos ao setor, que tem o Mosaico (mancha anelar) e a Meleira como as principais viroses que têm ocasionado perdas econômicas significativas nas lavouras.
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O diretor técnico-executivo da Brapex, José Roberto Macedo Fontes, informa que o máximo de exigência na compra das mudas com procedência e condições sanitárias adequadas é o ponto de partida para uma lavoura sadia.
“O mosaico é transmitido, principalmente, por várias espécies de pulgões e uma planta infectada poderá contaminar centenas de outras sadias em poucos dias. Já o inseto, vetor de disseminação da meleira, ainda pairam muitas dúvidas. No entanto, é fato que, nas lavouras de mamão existem vários vetores sistemáticos de disseminação das viroses, já que conseguimos observar na prática a sua rápida disseminação”, comentou.
O diretor aponta que não existem medidas curativas para as plantas infectadas, e, também, não são conhecidas, até o momento, cultivares comerciais resistentes à doença. Por isso, a prática do Roguing, que consiste na realização de inspeções periódicas, no mínimo semanal, nos pomares, e a eliminação das plantas infectadas são as únicas formas de conviver com as viroses.
Em 2022, uma força tarefa de conscientização do setor, encabeçada pela Brapex, seguidas de sucessivas fiscalizações pelo órgão estadual de controle, o IDAF, resultou em grandes áreas cortadas compulsoriamente, ultrapassando centenas de hectares.
Ações de conscientização
A conscientização do produtor na realização do Roguing é a primeira ação a ser feita. Quando todos estiverem realizando o corte sistemático das plantas doentes em seu pomar, a pressão das viroses cessará na região e todo o setor colherá melhores resultados.
Neste contexto, a Brapex vem realizando campanhas de conscientização em apoio ao IDAF. “Quanto antes avançarmos na redução da pressão das viroses em campo, mais rapidamente o Espírito Santo retomará seus milhares de hectares de plantios perdidos, resultado da fuga de investimentos em outros estados da federação. O Es chegou a possuir, há poucos anos, decorrente do descontrole das viroses, a terça parte de sua área conquistada no início dos anos 2000”, explicou o diretor técnico-executivo da Brapex.
Ranking de exportação
O ES se mantém como o maior exportador brasileiro, acompanhado de perto pelo RN. O ES também possui a maior produção de frutos para exportação. A BA supera o ES no volume total produzido, no entanto, com foco no abastecimento interno, principalmente.
A Brapex
Com sede em Linhares, a Brapex é signatária do acordo de exportação para o mercado americano e aglomera o maior grupo de empresas exportadoras para diversos países e, comercializa a maior parte do mamão no mercado interno. “Estamos de portas abertas para produtores e empresários do setor frutícola que queiram somar esforços na busca por excelência na produção de frutas com qualidade, segurança do alimento e compromisso socioambiental”, concluiu o diretor José Roberto Macedo Fontes.
Redação Campo Vivo
1 comentário
Os prejuízos do setor está exclusivo para alguns produtores. Estados como Bahia e Minas Gerais não usam regras de controle. Afinal não se tem mais manejo parara controle do vírus. Todo território brasileiro tem plantas contaminadas, principalmente em zonas urbanas. Hoje controlar virose e o mesmo que tentar enxugar gelo exposto ao sol quente. A reportagem deve ouvir mais profissionais envolvidos no setor, pois muitos que opinam não plantam mamão.