Treinamento abordou as viroses conhecidas como mosaico e meleira
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) capacitou trabalhadores rurais do norte do Estado para atuarem no controle de doenças do mamoeiro. Realizado em maio, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), o treinamento abordou as viroses conhecidas como mosaico e meleira, que têm causado perdas significativas na produção de mamão do Espírito Santo, e o fitoplasma vira-cabeça.
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Os participantes foram orientados sobre os vetores e a disseminação das doenças, aprenderam a identificar os sintomas e danos nas plantas e conheceram as estratégias de controle. Com isso, estão mais preparados para desempenharem a função de “pragueiros” ou “mosaiqueiros”. São eles os responsáveis pela única forma conhecida de evitar a disseminação das viroses: a prática do roguing, que consiste na eliminação das plantas infectadas no início do aparecimento do sintoma (quanto mais cedo são removidas, melhor para reduzir a propagação das doenças nas lavouras).
A parte teórica do curso ocorreu no município de Linhares, na Unidade Técnica Regional de Agricultura e Pecuária (SFA-ES/Mapa), enquanto a prática foi realizada em uma fazenda no municípío de Sooretama. As atividades foram ministradas pelos pesquisadores José Aires Ventura, David Martins e Renan Queiroz.
“Ainda não são conhecidas medidas curativas para as plantas infectadas, nem cultivares de mamão que sejam resistentes às viroses. Por isso, é fundamental capacitar quem trabalha nas lavouras para a realização adequada da estratégia de manejo indicada para conter o avanço das viroses e os danos causados por elas. A função de mosaiqueiro é tão importante para o complexo mamoeiro do Estado que virou profissão”, ressalta David Martins.
A capacitação atendeu a uma demanda dos produtores e exportadores de mamão do Estado, apresentada pela Brapex. A expectativa é de que o grupo que foi capacitado multiplique os conhecimentos aprendidos, repassando os conteúdos para outros trabalhadores no dia a dia das lavouras.
Mosaico
Também conhecido como mancha anelar do mamoeiro, o mosaico é considerado uma das mais destrutivas doenças do mamoeiro, sendo um dos fatores limitantes ao desenvolvimento da cultura. Os sintomas são facilmente reconhecidos pela presença de mosaico nas folhas mais novas, estrias oleosas nos pecíolos e de anéis concêntricos, bem definidos nos frutos. O vírus transmissor é o Papaya ringspot virus (PRSV) e os principais vetores são os afídeos (pulgões).
Meleira
O principal sintoma da meleira é a exsudação de látex nos frutos, de forma espontânea ou provocada por ferimentos, que os torna impróprios para a comercialização. Em casos severos, a intensa exsudação confere um aspecto “melado” ao fruto, originando o nome da doença. É causada pelo complexo de vírus papaya meleira virus (PMeV e PMeV 2) e o possível vetor é o inseto conhecido como cigarrinha.
Vira-cabeça
O vira-cabeça ou necrose-apical do mamoeiro também é transmitido pela cigarrinha. Os sintomas iniciais da doença são a clorose nas folhas (uma ou mais folhas jovens), evoluindo para a necrose apical, e a curvatura do ápice do caule. Todas as folhas do ápice da planta tornam-se cloróticas, ficando com o seu crescimento comprometido e, posteriormente, acabam por secar e cair.
Incaper