As exportações totais de suco de laranja brasileiro (FCOJ Equivalente a 66º Brix) registraram uma alta de 26,6% nos seis primeiros seis meses da safra 2019/20 em comparação com o mesmo período da safra anterior. Ao todo foram embarcadas 648.751 toneladas ante 512.388 toneladas ante a safra 2018/19 entre os meses de julho e dezembro. Para fins estatísticos e que para que seja possível usar a mesma base de comparação a CitrusBR converte os diferentes sucos exportados para 66 graus Brix, o que significa 66% de sólidos em uma tonelada de suco. Em faturamento o aumento é de 14% com um total de US$ 1,104 bilhão ante US$ 967,1 milhões.
O ritmo de crescimento perde força em relação ao mês anterior, que chegou alcançar 54% ante o período anterior. Conforme tem comentado o diretor-executivo da CitrusBR, a safra 2019/20 que se aproxima do fim é uma das maiores dos últimos tempos. Com isso, existe a necessidade de se mover estoques do Brasil para o exterior por dois motivos. O primeiro, comercial, para que haja disponibilidade de produto para venda. O segundo, técnico, para que se abra espaço nos tanques brasileiros para estocar o suco produzido neste ano. “Exportação não é venda. Primeiro é preciso exportar para que depois a venda aconteça e como estamos nesse período de movimentação ainda não é possível saber o que é realmente movimentação de estoques e o que pode ser demanda, portanto, vamos aguardar os próximos meses e ver como as exportações se comportam”, avalia.
Para o seu principal destino, a União Europeia, os embarques de suco de laranja totalizaram nestes primeiros seis meses 450.051 toneladas, 36% acima das 330.641 toneladas exportadas na safra anterior. O faturamento somou US$ 775,3 milhões, 24% a mais que em 2018/2019, quando foram exportados US$ 625,3 milhões.
Segundo principal destino do suco de laranja brasileiro, os Estados Unidos, no período, importaram 112.004, 1% a mais do que observado entre julho e dezembro do ano passado, com 111.018 toneladas. Em faturamento, os embarques para os Estados Unidos somaram US$ 181,4 milhões, 11% abaixo dos US$ 202,9 milhões no mesmo período da safra passada. “Os estoques de suco reportados nos Estados Unidos estão nos maiores níveis dos últimos cinco anos, então é natural que não haja grandes movimentações para aquele mercado”, pondera o executivo.
Os embarques de suco de laranja para o Japão também registraram alta entre julho e dezembro de 2019, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesta temporada, já foram exportadas para o país, 36.065 toneladas, 19% a mais que nos seis meses da safra 2018/2019, com 30.195 toneladas. O faturamento cresceu 13%, com US$ 65,4 milhões ante os US$ 58,04 milhões.
A China registrou uma alta de 82% nas importações de suco de laranja brasileiro no período, chegando ao volume de 26.868 toneladas ante 14.744 na safra anterior. Em faturamento o incremento é de 29% nos primeiros seis meses com US$ 38,6 ante 29,9 no período anterior. Em 23 de dezembro de 2019 o governo chinês revisou algumas taxas de importação atendendo parcialmente pedidos da CitrusBR e do governo brasileiro. A chamada “tarifa de temperatura”, aplicada a todo suco que importado a uma temperatura mais quente do que -18C (dezoito graus negativos) exigia pagamento de 30% sobre o valor do produto. Dessa forma, exportadores eram obrigados a enviar o suco a temperaturas muito baixas o que incorre em custos de energia para refrigeração e outras questões logísticas. “Vamos estudar os resultados práticos dessa nova tarifa, mas de qualquer jeito é uma excelente sinalização do governo chinês que mostrou sensibilidade aos pedidos das empresas associadas à CitrusBR e do governo brasileiro que foi fundamental nessa negociação”, avalia Netto.
Agrolink