Costa do Marfim impõe limite à oferta de cacau

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Margens apertadas no mercado de cacau esquentaram o debate sobre uma política de preços mínimos para a amêndoa exportada e formetaram a definição de um “teto produtivo” no oesto da África. Ontem, o Conselho de Café e Cacau (CCC), órgão oficial da Costa do Marfim, maior produtor mundial da amêndoa, disse que limitará a produção do país a 2 milhões de toneladas por safra. Na temporada 2018/19, que terminou oficialmente no dia 30 de setembro, a produção marfinesa somou 2,2 milhões de tonelas.

Embora não tenha ficado claro como o órgão regulador do governo planeja monitorar a produção, proveniente de milhares de pequenas fazendas independentes, os preços na bolsa de Nova York reagiram à notícia. Ontem, os lotes da amêndoa com entrega para dezembro subiram 1,18% (US$ 29) e fecharam o pregão a US$ 2.482 a tonelada.

A articulação dos produtores marfinenses, que vem sendo acompanhada também por Gana, rendeu outras discussões este ano. Em junho, Gana e Costa do Marfim – países que, juntos, respondem por 65% da produção mundial – anunciaram a intenção de estabelecer um preço mínimo para a amêndoa no mercado internacional de US$ 2.600 por tonelada. O valor seria alcançado mediante pagamento de um prêmioo de US$ 400 por tonelada de amêndoa.

No último dia 23, o Conselho de Gana para o Cacau (Cocobod) reafirmou o compromisso de instaurar a política a partir da safra 2020/21. Conforme o órgão, os produtores locais terão ao menos 70% do valor garantido por lei. No mercado interno, foi recém aprovado um reajuste na casa de 10% dos preços mínimos de Gana e Costa do Marfim.

Enquanto nada é oficializado, afirma o analista Thomas Hartmann, da TH Consultoria, sediada em Salvador, o cabo-de-guerra entre os produtores e a indústria vai ganhando intensidade. “Mas ainda não se pode prever quem vai piscar primeiro, como dizem na língua do pôquer”, afirmou ele.

Valor

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