O impacto das mudanças climáticas já está prejudicando as cidades, os recursos naturais e a paisagem do continente africano. E, segundo uma nova pesquisa da empresa de consultoria Verisk Maplecroft, o aquecimento global nos próximos 30 anos resultará em graves prejuízos econômicos para os países da África.
A mudança climática aliada à crescente urbanização e ao crescimento da população sobrecarregará a rede de fornecimento de energia elétrica devido ao aumento do uso de ar-condicionado. De 2026 a 2045, as empresas do continente africano também enfrentarão aumentos crescentes nos custos operacionais e riscos de interrupção no abastecimento de energia.
De acordo com a pesquisa, a África Ocidental é a área mais vulnerável ao efeito climático. Alguns países da região, como a Nigéria, têm sofrido com temporais, enquanto a escassez de chuvas e o aumento da desertificação em outras áreas têm provocado conflitos e assassinatos entre a população local.
As principais fontes de exportações, como a mineração na Nigéria, a pesca no Senegal e o cultivo de cacau em Gana, também serão afetadas pelo aquecimento global. Segundo previsões, o impacto do aumento da temperatura na capacidade de trabalho da mão de obra ocasionará uma queda de 11% no valor total das exportações da região.
A mudança climática acentuará também o problema do fornecimento de energia elétrica no continente. Mais de 600 milhões de pessoas ainda não têm eletricidade em suas casas. A África subsaariana é a região com a menor taxa de abastecimento de energia elétrica no mundo.
O estudo da Verisk Maplecroft mostrou que as empresas e os governos terão de tomar medidas específicas para reduzir o custo financeiro ocasionado pelo aumento do calor, como o desenvolvimento de sistemas de energia renovável, diversificação econômica e melhoria das condições de trabalho. Porém, para os países africanos mais pobres, o futuro descrito pelo estudo é ameaçador.
Mercado do Cacau