As exportações totais de suco de laranja brasileiro (FCOJ Equivalente a 66º Brix) registraram uma alta de 18% nos nove primeiros meses da safra 2019/20 em comparação com o mesmo período da safra anterior. Ao todo foram embarcadas 861.700 toneladas ante 732.048 toneladas registradas no mesmo período da safra 2018/19. Em faturamento o aumento é de 6% com um total de US$ 1,445 bilhão ante US$ 1,369 bilhão na safra passada. Contudo, é preciso ressaltar que a alta acontece sobre uma base pequena.
A safra 2018/19, que serve como referência para comparação, fechou com o segundo pior volume exportado desde que o Brasil ultrapassou a barreira de 1 milhão de toneladas exportadas na safra 1991/92. “Quando observamos o volume exportado no período, ele equivale ao desempenho de dois anos atrás, ou seja, da safra 2017/18, que foi um bom ano, mas ainda abaixo dos melhores índices observados entre as safras 2003/04 e 2006/07, entre outras”, explica o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. “Assim, por mais que acreditemos na qualidade nutricional de nosso produto e fiquemos felizes por ele estar sendo lembrado por consumidores de todo mundo num momento tão delicado, é preciso ter cautela na leitura dos números”.
Segundo Netto, houve uma corrida grande aos supermercados a partir da segunda semana de março em que aparentemente os consumidores aumentaram a procura por suco de laranja em função da concentração de Vitamina e aproveitaram para estocar o produto em casa. “Parte do aumento de compra deve ser atribuída à procura de vitamina C e parte do aumento se deve à estocagem de suco na casa das pessoas”, diz o executivo que comenta não ser possível saber qual o peso de cada uma das razões do aumento neste momento.
Se por um lado estima-se um aumento de 10% de consumo no varejo americano em 2020, com grande concentração em março, por outro, o setor de food service foi devastado. “O setor de food service é muito relevante, principalmente nos Estados Unidos e essa queda anula parte dos ganhos que aconteceram no varejo”, explica. “Vamos acompanhar os dados e relatórios nas próximas semanas com serenidade”, afirma.
Agrolink