Entenda os impactos do La Niña no verão 2022/23
Desde novembro/22, chuvas volumosas têm sido registradas nas principais regiões produtoras de mamão, o que tem impactado na produção do início do ano. De acordo com o Inmet, por exemplo, Linhares (ES) registrou uma precipitação acumulada de 1.030 mm entre novembro/22 e janeiro/23, volume 82% maior da normal climatológica do período.
Como resultado, agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que as lavouras foram afetadas, e alagamentos foram registrados principalmente no Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo, o que gerou perdas e reduziu a colheita nos últimos meses – e que deve refletir também nos próximos. Para localidades menos afetadas, as chuvas seguidas de altas temperaturas aceleraram a maturação do fruto. Destaca-se que doenças fúngicas estão aparecendo mais frequentemente, como phytophthora, mancha-chocolate e pinta-preta.
A ocorrência dessas intempéries climáticas está relacionada ao fenômeno La Niña, que aumenta a frequência de chuvas no Norte e Nordeste – incluindo cidades do Sudeste que fazem parte do semiárido. Esse fenômeno deve seguir ocorrendo durante todo o verão, mas ao menos se espera um enfraquecimento até o fim dessa época, entrando, possivelmente, em neutralidade entre fevereiro e abril, de acordo com o Instituto de Pesquisa Internacionais da Universidade da Columbia (IRI) e o Centro de Previsões e Clima da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (CPC/NOAA).
Cepea