Os grandes volumes de chuva em janeiro causaram muitos problemas em todo o estado de São Paulo, inclusive na produção agrícola do interior. Em Valinhos, as culturas mais afetadas foram figo e goiaba, como conta Pedro Pelegrini, presidente da Associação Agrícola de Valinhos e Região. “O mais prejudicado foi o figo, por ser uma fruta sensível e não resistir a excessos como seca ou muita chuva”, conta.
A nebulosidade também influenciou na baixa qualidade dos frutos, já que favorece a umidade e, consequentemente, o surgimento de pragas. “No caso da goiaba, a planta fica molhada e não conseguimos fazer o manejo necessário. Desta forma, fica mais fácil a ocorrência de doenças”, explica o produtor.
Com a baixa qualidade dos frutos, o sabor também fica prejudicado. As culturas absorvem o excesso de água, gerando menor concentração de açúcar, e se transformam na popularmente conhecida “fruta aguada”. No caso do figo, pode ocorrer um azedamento antes mesmo da colheita, fazendo com que os produtores descartem boa parte da produção.
Ainda não há um levantamento do prejuízo em janeiro, mas a situação foi preocupante em muitas regiões do estado. “Nos últimos anos não tivemos volumes acumulados tão grandes. Como sempre na agricultura, ficamos á mercê do tempo. Para a produção, o ideal seria o clima alternado, com chuvas regulares intercalados com períodos de sol”, finaliza Pelegrini.
Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, a tendência para os próximos quinze dias é de mais sol e pouca chuva no interior paulista. Fazer calor é fevereiro é comum nos estados do Sul e do Sudeste, mas quando temos um período prolongado com pouca nebulosidade e pouca chuva nesta época, o número de horas de sol forte aumenta e naturalmente o ar fica mais quente. Chuva e nebulosidade são importantes reguladores da temperatura.