Os produtores de cacau de Linhares, no Norte do Espírito Santo, estão sofrendo com o ataque de uma praga nas lavouras. Trata-se da carmenta, mais conhecida como broca. A broca é uma larva de mariposa que invade a parte interna do cacau, se alimenta da placenta, atrapalha a nutrição do fruto e o desenvolvimento da amêndoa.
“Quando ela causa dano na amêndoa, é um dano muito direto, porque depois de seco, o cacau pode esfarelar ou pode dar fungo interno. Quando a praga só come a placenta, corta a nutrição da amêndoa, tornando-a mal formada, com pouca polpa, atrapalhando a fermentação”, ressaltou o diretor técnico da Associação dos Cacauicultores de Linhares, Chico Durão.
O engenheiro agrônomo da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Carlos Alberto Spaggiari, explica que o problema é que os produtores só percebem que os frutos foram danificados após a colheita, ao realizarem a quebra do cacau.
”A mariposa coloca normalmente o seu ovo próximo ao pedúnculo (cabo do fruto), e o inseto penetra no fruto enquanto ele está novo, por isso não dá perceber. Só é possível ao fazer a extração ou quebra das amêndoas”, disse.
De acordo com Spaggiari, cerca de 15 a 20 fazendas de cacau da região de Linhares já foram atacadas pela praga.
Como combater a praga
O engenheiro agrônomo explicou que a melhor maneira de combater a broca é enquanto está nova, com armadilhas e uma substância conhecida como feromônio.
”O feromônio na verdade é uma substância que sempre atrai um dos sexos, sendo quase sempre da fêmea. Dessa forma o macho é atraído. Pegando o macho, quando coloca em vários locais, diminui a população, ou seja, diminuindo a população do adulto está interrompendo o ciclo de produção da praga”, afirmou.
A orientação é o produtor entrar em contato com um técnico assim que encontrar algum fruto com a larva.
G1 ES