O preço do milho no mercado físico brasileiro fechou a semana com uma alta acumulada de 8 por cento, maior ganho semanal desde meados de janeiro, valorizando-se mesmo em um período de colheita intensa, apontou nesta sexta-feira o Cepea, centro de pesquisa de mercado ligado à Universidade de São Paulo.
“Com baixos estoques e temendo encarar novamente um cenário difícil como o verificado no primeiro semestre, compradores voltaram ao mercado. A oferta, no entanto, ainda está limitada, visto que muitos produtores estão retraídos”, destacou o Cepea, em relatório semanal.
Segundo a pesquisa, os negócios realizados seguem pontuais, ocorrendo de acordo com a necessidade dos compradores, que acabam aceitando a pressão de alta das cotações.
O indicador Esalq/BM&FBovespa, usado como referência do mercado e das operações em bolsa, fechou esta sexta-feira em 47,39 reais por saca, alta acumulada de 8,05 por cento na semana.
As cotações já começam a se aproximar da máxima nominal histórica, de 53,91 reais por saca, registrada em 2 de junho, quando a colheita da segunda safra de milho do país ainda estava começando e não havia chegado com força ao mercado.
Mato Grosso e Paraná, os dois maiores Estados produtores de milho do país estão em plena colheita, mas a produtividade tem sido decepcionante em muitas regiões, em decorrência do clima adverso.
A segunda colheita brasileira de milho de 2016, também conhecida como “safrinha”, deverá somar 45,17 milhões de toneladas, segundo projeção divulgada nesta sexta-feira pela consultoria Safra & Mercado, 26 por cento abaixo da estimativa inicial.
“Cooperativas e cerealistas relatam pouca disponibilidade do cereal para comercialização, visto que produtores têm optado por aguardar valores maiores, visando equilibrar as perdas das lavouras”, destacou o Cepea.
Reuters