A agência de classificação de risco Moody´s afirmou que as condições de crédito no Brasil se estabilizaram, mas seguirão fracas até pelo menos 2017, “devido à recessão econômica e à incerteza política do país”. Segundo a agência, os preços fracos das commodities e a aversão ao risco global também devem pesar sobre a perspectiva de crédito do País.
“Apesar da recente melhora do sentimento do mercado, como sugerido por recentes vendas de bônus e pela apreciação do real ante o dólar, o Brasil ainda enfrenta uma série de problemas”, diz a Moody´s. “A desaceleração do investimento, a crescente dívida das famílias, a aceleração inflacionária e a alta taxa de desemprego pesam sobre a economia.”
Vice-presidente e analista sênior da Moody´s, Marcos Schmidt diz no comunicado da agência que “as métricas agregadas de crédito não devem sofrer mais deterioração significativa, mas devem seguir em níveis fracos por um prolongado período”. A turbulência política atual complica os esforços fiscais do governo e atrasa reformas estruturais para apoiar o crescimento e conter o endividamento governamental, avalia a agência.
A Moody´s diz que a confiança melhorou após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, “mas ainda não está claro a capacidade do novo governo de implementar novas políticas e reformas econômicas”.
Além disso, a agência diz que os preços dos commodities devem seguir fracos, o que dá pouco alívio ao desempenho operacional de produtores de commodities nos setores de mineração e gás. Ao mesmo tempo, setores relacionados à exportação que se beneficiaram do enfraquecimento do real em 2015 não terão os mesmos ventos favoráveis no câmbio. As informações constam do relatório da Moody´s intitulado “Qualidade do crédito corporativo no Brasil – Qualidade de Crédito Estável, Mas em Níveis Fracos”.
O Estado de São Paulo