Mais recursos financeiros destinados ao seguro rural, definição de um programa plurianual para a agropecuária e adoção de mecanismos para redução da taxa de juros agrícola, foram os três pontos básicos debatidos pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, durante audiência realizada nesta quarta-feira (06/07) com o Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi.
Presente ao encontro, o Vice-presidente diretor da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner, destacou a necessidade de garantir mais recursos à subvenção destinados ao seguro rural vigente no país, “como maneira de dar mais segurança ao produtor quando das intempéries climáticas”.
O ministro Blairo Maggi reconheceu a necessidade de avanços no modelo do seguro rural e anunciou a criação de um Grupo de Trabalho, com a participação da CNA, para definir alternativa capaz de atender às reivindicações do setor produtivo.
A escassez de recursos e a falta de dotação orçamentária específica, segundo o ministro Blairo Maggi, dificultam mudanças no seguro rural ainda na vigência do Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017. O plano está em vigor desde o dia primeiro de julho, após regulamentação feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). José Mário lembrou, contudo, que os recursos do seguro aprovados para a safra atual, R$ 340 milhões, são insuficientes para atender a demanda. Na opinião do Vice-presidente da CNA seria necessário, no mínimo, R$ 1,1 bilhão para atender as necessidades do produtor.
O assunto voltará a debate dentro do Grupo de Trabalho a ser criado pelo Mapa. Com relação às taxas de juros, João Martins afirmou a necessidade de ser adotado um tipo de gatilho, a ser aplicado nos contratos de financiamento de forma que “quando a inflação baixar, conforme previsto pelo governo para 2017, imediatamente os juros agrícolas também seriam reduzidos”.
Outro tema tratado pelo presidente da CNA com o ministro foi a seca que afetou a produção de soja, milho e algodão no Oeste da Bahia e outras regiões produtoras do Matopiba (a nova fronteira agrícola formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além da safrinha da região Centro-Oeste.
A reivindicação é que, nas áreas afetadas, o produtor tenha suas dívidas com financiamento prorrogadas por cinco anos, com dois de carência. Modelo semelhante foi adotado para os produtores de arroz do Rio Grande do Sul.
Agrolink com informações de assessoria