A China realizou a sétima edição de sua conferência sobre as perspectivas agrícolas para o país, projetando suas necessidades para os próximos dez anos. O encontro, transmitido ao vivo devido à pandemia de coronavírus, produziu o relatório China Agricultural Outlook 2020-2029, que mantém o país asiático como o maior importador de alimentos do mundo ao longo da próxima década.
Conversei com José Mário Antunes, diretor da Agência InvestSP ma China. A InvestSP é a única representação de um Estado brasileiro na China, que é o nosso principal comprador do agronegócio brasileiro. Somente em 2020, a China já comprou quase 40% de tudo que exportamos no agro. Em 2000, havia comprado 2,7%.
Segundo a revista Dinheiro Rural, “para alimentar sua população de 1,39 bilhão de habitantes, a China será por muito tempo dependente e talvez nunca venha a ser autossuficiente em alimentos básicos. O país possui cerca de 120,2 milhões de terras agricultáveis, divididas em aproximadamente 200 milhões de propriedades. Há grandes fazendas produzindo grãos e carnes com alta tecnologia, mas a maior parte delas, cerca de 90%, possuem, em média, um hectare de cultivo”.
Anderson Galvão, da consultoria Céleres, disse recentemente: “A China não quer apenas a produção, ela trabalha para estar na cadeia de suprimentos e isso muda a perspectiva no médio e longo prazo.” Não por acaso, os chineses compraram empresas de ponta em seus setores de atuação, como a de agroquímicos Syngenta e a de sementes Nidera.
Confira abaixo a coluna de hoje (28):