Organização nota que “a comunicação de informações sobre os gastos com o clima tem falhas e, no geral, não é de confiança”
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) indicou que a União Europeia (UE) gasta menos com o clima do que declara, ou seja, não cumpriu o seu objetivo de gastar pelo menos 20% do orçamento para 2014-2020 com o clima. Apesar de a Comissão Europeia ter anunciado a concretização dessa meta, sendo que as informações comunicadas pela Comissão continuem a apresentar problemas de fiabilidade.
“A resposta às alterações climáticas é prioritária para a UE, que impôs a si mesma objetivos ambiciosos para a energia e o clima”, afirma a membro do TCE responsável pela auditoria, Joëlle Elvinger. “Mas descobrimos que, entre 2014 e 2020, nem todo o dinheiro que a UE diz que gastou com o clima foi verdadeiramente útil na luta contra as alterações climáticas.”
Dessa maneira, o TCE faz “várias recomendações para a UE melhorar a associação das suas despesas aos objetivos energéticos e climáticos. Por exemplo, recomendamos que a Comissão justifique a utilidade para o clima do financiamento dado à agricultura.”
A organização nota que “a comunicação de informações sobre os gastos com o clima tem falhas e, no geral, não é de confiança. O método de avaliação usado assenta em suposições e não mede o contributo final para os objetivos climáticos da UE, não havendo nenhum sistema que controle os resultados para o clima. Os coeficientes nem sempre são realistas”.
Nesse cenário, é no financiamento agrícola em que as despesas com o clima são mais exageradas: em quase 60 mil milhões de euros. A Comissão comunicou que 26% deste financiamento era relevante para o clima (correspondendo a cerca de metade das despesas totais da UE em ação climática).
Agrolink