Apesar da projeção, é de 50% a chance de que intensidade de influência seja no máximo moderada
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, publicou novo relatório nesta quinta-feira (11), no qual indica 70% a chance de que o La Niña se estabeleça entre os meses de agosto e outubro deste ano. Há ainda 79% de probabilidade de influência do fenômeno entre novembro e janeiro de 2025.
“Não é incomum que as previsões de força mudem de mês para mês, especialmente à medida que ultrapassamos a barreira da previsibilidade da primavera , uma época do ano em que os modelos têm mais dificuldade em fazer previsões bem-sucedidas. Teremos uma imagem mais clara da força nos próximos meses”, acrescentou a NOAA em relação à intensidade do La Niña.
El Niño e La Niña são as fases quentes e frias de um padrão climático recorrente no Pacífico tropical — El Niño – Southern Oscillation (ENSO ou ENOS, em portugês). O padrão muda para frente e para trás irregularmente a cada dois a sete anos, trazendo mudanças previsíveis na temperatura da superfície do oceano e interrompendo os padrões de vento e precipitação nos trópicos. Essas mudanças têm uma cascata de efeitos colaterais globais.
Conforme informou o Inmet em boletim publicado nesta semana, no Oceano Pacífico Equatorial, as médias mensais da área de referência para definição do evento ENOS vem se observando valores de anomalias de temperatura da superfície do mar superiores a 0,5°C desde o início de 2024, indicando condições de El Niño. Porém, essas anomalias têm apresentado um decréscimo acentuado nos últimos meses e durante o mês de maio, passou a ter um valor inferior a 0,5ºC, indicando o fim do fenômeno El Niño e o início das condições de neutralidade.
Em junho, as condições neutras persistiram com o valor de 0,1ºC acima da média. Assim, o modelo de previsão de ENOS do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa sediado na Coréia do Sul, aponta para transição das condições de neutralidade para o início da La Niña no trimestre julho-agosto-setembro/2024 com uma probabilidade de 50%. Já no trimestre agosto-setembro-outubro/2024 (ASO/2024), a probabilidade do início do fenômeno aumenta para 58%.
O climatologista Luiz Carlos Molion afirmou em entrevista ao Tempo & Dinheiro que sua impressão é de que não vai haver um La Niña clássico. Para ele, vai acontecer o esfriamento das águas em uma linha de leste ao centro do Oceano Pacífico, enquanto a água quente vai ficar acumulada próximo da costa do Japão e da China até o sul do Alasca.
Por esse motivo, não será o fenômeno clássico e a atmosfera não vai se acoplar às águas frias cobrindo uma área pequena, fazendo com que não tenha impacto sobre a distribuição de chuvas no Brasil.
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