Projeções divergem em relação ao final do fenômeno
De uma coisa é certa, estamos sob o regime de La Niña praticamente desde meados do inverno de 2020. O último período com um El Niño ativo foi entre os trimestres de agosto, setembro e outubro de 2018 até maio, junho e julho de 2019. Passamos por um breve período de neutralidade climática entre maio e agosto de 2021, que mal surtiram efeito sobre a atmosfera.
Também conhecido como El Niño Oscilação Sul (ENOS), o fenômeno rege o padrão das chuvas e temperaturas em praticamente todas as áreas do país e de maneiras diferentes de acordo com a época do ano.
Nas últimas atualizações, de diversos centros de monitoramento ao redor do planeta, as condições para o fim do fenômeno ainda são incertas e graduais. São poucas as projeções que apontam para um final repentino do fenômeno e mesmo que ocorra, as condições atmosféricas demoram para responder a esta mudança de padrão.
Uma das definições para o estabelecimento da neutralidade climática na região equatorial do Oceano Pacífico é que a média das temperaturas fiquem acima de -0.5°C por pelo menos três meses. A previsão para essas temperaturas continuem abaixo deste limiar até pelo menos maio, junho e julho, e não apresentando uma elevação tão expressiva até pelo menos o trimestre de setembro, outubro e novembro.
Dos registros históricos, desde 1950 que estas temperaturas são registradas, o maior período de La Niña ocorreu entre abril de 1973 até maio de 1976 com uma breve janela entre julho a outubro com temperaturas dentro da neutralidade climática, mas mesmo assim apresentando 0.4°C abaixo da média.
A permanência de La Niña pode influenciar as safras de inverno como trigo, canola, cevada e aveia branca na metade sul do país neste ano de 2022. Mas vale a ressalva de que, mesmo em uma condição de de La-Niña no mesmo do ano passado, 2021 teve recordes de safra de inverno.
Agrolink